sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A riqueza do Projeto de Aprendizagem


Sem dúvidas, um dos maiores desafios do semestre foi a elaboração do Projeto de Aprendizagem proposta pela disciplina de Seminário Integrador IV, em grupo, no qual elegemos estudar sobre a psicopatia. Tema complexo e que nos exigiu muitas leituras, pesquisas e até mesmo apreciação de filmes sobre o assunto.
Na busca pela compreensão da psicopatia, nosso grupo elaborou um plano de ação para chegarmos a resposta da pergunta inicial: Uma pessoa nasce psicopata ou se torna? Para tanto, nos valemos de diversos recursos.
Elaboramos o "quadro de certezas e dúvidas", no qual cada participante pode colocar seus conhecimentos prévios sobre o assunto, bem como as dúvidas a serem sanadas. Passado esse momento inicial de explosão de ideias, foi o momento de buscarmos informações sobre o assunto através de pesquisas em livros, na web, leituras de artigos, revistas científicas, bem como assistir vídeos relacionados ao tema a ser investigado. Construímos e reconstruímos mapas conceituais que evidenciaram nosso processo de descoberta e aprendizagem sobre o tema.
As discussões em sala de aula ou no ambiente virtual sobre o tema com o intuito de trocarmos ideias sempre foram muito ricas e esclarecedoras. Trabalhamos enquanto grupo, na busca de construir um trabalho consistente e bem embasado teoricamente. Entrevistamos um profissional habilitado (psicólogo).
Nosso desejo é de continuar aprofundando a nossa pesquisa sobre esse tema tão pertinente. Para tanto, novas dúvidas terão de ser sanadas, algumas certezas desfeitas. Pesquisar é isso, é um questionar contínuo, é um ir e vir, é uma busca permanente.


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Relato de uma experiência matemática significativa

Aprecio trabalhar com grandes caixas de papelão, pois além de ser um material acessível, permite uma série de explorações, descobertas e simbolizações por parte das crianças. Certo dia, disponibilizei várias caixas de diferentes tamanhos. 
Uma menina, de quase dois anos, num primeiro momento olhou as caixas menores, arrastou e logo começou a empilhar. Foi colocando aleatoriamente uma sobre a outra e divertia-se muito quando as mesmas desmoronavam.
Em seguida, tentou colocar uma caixa dentro da outra. Depois de algumas tentativas, conseguiu encaixar quatro caixas. 
Logo, perde o interesse pelas caixas pequenas e se volta para as grandes. Arrasta, puxa de um lado para o outro, tenta colocar uma caixa dentro da outra, mas elas são muito grandes, então desiste. Finalmente entra para dentro da caixa e lá fica brincando. 
Considero o fato relatado uma experiência matemática, onde a criança experimentou um material, através do seu corpo e da ação, inventando e descobrindo possibilidades, estabelecendo relações. 

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A construção de tempo e espaço por crianças bem pequenas



Como trabalho com educação infantil, especificamente, crianças de zero a três anos, trago atividades com muito material concreto, ilustrativo, os quais as crianças possam manusear, experimentar e atribuir significados. 
Como sabemos, a construção de tempo e espaço por crianças bem pequenas pode tornar-se uma atividade complexa e abstrata se não for bem planejada e pensada pelo professor.
Tendo em vista que as crianças pequenas apresentam um pensamento egocêntrico, penso que uma atividade significativa seria a construção ao longo do ano sobre a noção de pertencimento e história de vida. Para tanto, proporia as seguintes atividades:
- Pesquisa da história do nome da criança. (as quais seriam compartilhadas nos momentos de roda)
- Fotos da gestação;
- Fotos da família - diferentes gerações;
- Construção da árvore genealógica da família;
- Construção do varal de roupas ( roupas que usava quando bebê e roupas que uso agora. Fazer esse comparativo do quanto cresceram);
- Confecção da linha da vida das crianças;
- Confecção do "Livro das famílias"




Por um mundo mais sustentável


A partir dos estudos e leituras realizadas durante o semestre na disciplina Representação do mundo pela ciência pude perceber o quanto temos que aprender com a cultura indígena que, por vezes, é lembrada somente nas famosas datas comemorativas, em especial no Dia do Índio. A sensibilidade e o respeito deles para com a com a natureza é sensacional. Respeito ao meio ambiente, conhecimento, utilização dos meios naturais com responsabilidade são fatores que são preconizados por esse lindo povo.
Acredito, que construir um mundo mais sustentável é possível, através de atitudes simples e corriqueiras e que num primeiro momento podem parecer banais, tais como: separara o lixo, não jogar lixo no chão, na praia depositar o lixo que produzimos no lugar certo, utilizar água de maneira consciente... 
Necessitamos sair de um discurso - lindo na teoria, mas que muitas vezes não acontece na prática- e colocarmos as mãos na massa. Todos somos responsáveis pelo meio em que vivemos. Não esperar pelo outro, adotar atitudes responsáveis, tendo a consciência que vivemos em ecossistema interligado. Nesse sentido, nossas atitudes refletem na vida dos outros seres- humanos ou não- que habitam o nosso planeta.
Sendo assim, trabalhar desde a mais tenra idade conceitos práticos sobre ciências, de forma que as crianças possam experienciar e significar é fundamental na para elaboração de pessoas mais humanas, solidárias e sensíveis ao meio ambiente.



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A benéfica presença da ciências em nossas vidas


Ciência é todo conhecimento ou saber construído através de observações, estudos, práticas e muita reflexão. Nesse sentido, estudar ciências na escola é fundamental para provocar a alegria do assombramento, da descoberta, desenvolver o pensamento investigativo e reflexivo. Enfim, para se relacionar com o mundo ao nosso redor.
Sem dúvida, o vídeo gravado na Ilha dos Marinheiros me provocou curiosidade e espanto. De crianças de uma realidade muito dura, com baixo rendimento escolar, dificuldades de aprendizagem, a entrada das ciências desenha uma nova realidade.
Uma realidade muito mais interessante, colorida, interessante, tal qual o processo de aprendizagem deve ser. A alegria da descoberta, olhos vibrantes, corpos pulsantes, mostravam o quanto as crianças se interessam pela aprendizagem quando esta lhes instiga a curiosidade, quando as desafia para além de um currículo engessado e pré-determinado. A ciência tem a capacidade de promover o espírito observador, crítico, elevar a autoestima e promover o desenvolvimento cognitivo de todos os envolvidos.


Sobre o Fracasso Escolar


         Todos os anos, milhares de crianças, jovens e adultos sofrem com o “fracasso escolar”. Um sintoma que mascara uma série de outros fatores que necessariamente estão implicados nesse processo. Nesse sentido, precisamos levar em consideração a história vital do sujeito, sua modalidade de aprendizagem, o contexto familiar e social, a metodologia de ensino, dentre outros.
         A maneira como a escola lida com o fracasso escolar de seus alunos é fundamental para que ocorra um possível sucesso. As concepções que carregam sobre o processo de ensino/aprendizagem, de criança, de sujeito cognoscente, afetam diretamente os sujeitos envolvidos.
         Enquanto professores atuantes nos mais diversos níveis de ensino é fundamental que tenhamos um olhar atento e apurado para cada aluno. Considerar suas especificidades, sua maneira de aprender, dinamizar as aulas, tornando-as atraentes é importantíssimo.
É imprescindível conceber o aluno como um todo não fragmentado. Para além do ver, precisamos olhar nossas crianças com maior seriedade e responsabilidade.
         Afinal, enquanto a escola se eximir de seu papel de promotora de saúde no aprender, continuaremos a elevar o número de fracassos escolares.
O fracasso escolar, vivido por muitas crianças, pode ser pensado então como a emergência, a visibilidade de uma articulação entre um sintoma social e um sujeito. Pensar que o fracasso escolar seja um sintoma social não seria de todo desarrazoado, e tal pensamento faria uma convergência com a idéia de um fracasso escolar produzido pelas relações que se dão no interior da instituição escolar. (KUPFER, 2000, p. 130)

         Precisamos trabalhar a partir daquilo que o aluno já sabe, de seus conhecimentos prévios. Valorizar a bagagem cultural das crianças, trabalhar a partir do potencial e não da lacuna. Deixemos de lado as velhas concepções de aluno fragmentado, muitas vezes, divido entre corpo e mente.



Referência


KUPEFER, Maria Cristina. Educação para o futuro: psicanálise e educação. São Paulo: Escuta, 2000.

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Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Rubem Alves, assim como eu, concebe a educação como um processo libertador, onde alunos e professores possam voar. Nesse sentido, vê a educação para além dos currículos e conteúdos programáticos que pouco significam e dizem sobre a realidade dos alunos e comunidade.
 Idealiza uma escola que não fragmente os saberes e alunos. Que dê espaço para o corpo e não preconize somente a mente. A educação deve ser um ato prazeroso para alunos e professores e não processos de dominação e verticalização de conhecimentos. Há de ser dialógica, sensível e aberta.
Indubitavelmente, o blog tem sido um excelente recurso de reflexão e construção de conhecimentos, onde teoria e prática se misturam compondo um lindo saber. Pensar e refletir sobre educação e minha prática pedagógica, diariamente, me auxilia a idealizar uma “escola asas” e romper com essa perspectiva de “escolas gaiolas”.
Concebo a criança como um sujeito de direitos e luto diariamente para que esses direitos se efetivem nas práticas cotidianas da educação infantil. Ter o conhecimento teórico é importantíssimo para respaldar minha prática.
Nesse sentido, procuro estudar sempre, tendo a certeza de que o conhecimento é infinito. Respeitar as crianças, seus interesses, tornar os contextos de vida coletiva- as escolas de educação infantil- espaços prazerosos, espaços onde a vida aconteça... Eis a minha luta diária!

 Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. (Rubem Alves)


Multiplicação e divisão


Pensar matematicamente não tarefa fácil e nem terminada em si mesma. Estabelecer relações lógicas, é uma atividade complexa e, às vezes, por não serem trabalhadas de maneira adequada nas escolas, dificulta o processo de aprendizagem das crianças.
Não raro, nos deparamos com adultos com completa aversão a matemática. Muito provavelmente esses não tiveram boas experiências em suas vidas escolares, não perceberam a matemática em seu cotidiano. Nesse sentido, trabalhando com a educação infantil, procuro aproximar os conceitos matemáticos no dia a dia das crianças. Aprende-se a multiplicar e dividir nas minúcias do cotidiano infantil.
A divisão está presente em diversos momentos da educação infantil: na receita de bolo e pães que preparamos, estamos, inevitavelmente, trabalhando conceitos de matemáticos de divisão, quantidades.... Para separar a turma em diferentes duplas, grupo, trios.
Com a multiplicação ocorre da mesma maneira. Trago uma série de jogos que facilitam na construção desse conceito matemático.  Dentre esses posso citar: “Jogo do Secos e Molhados”-  Cartões com figuras de alimentos líquidos e sólidos, elaborados pelo professor.  Apresento a seguinte situação problema: Para quantos dias podem-se formar merenda diferente, sempre tendo um “seco” e um “molhado”?
“Dança das vassouras” é outra atividade interessante. Com os meninos e as meninas de cada grupo, propor a dança da vassoura em que se trocam os pares, mas ninguém pode dançar de novo com a mesma pessoa. (menino só pode dançar com menina, e vice-versa). Situação problema: Quantos pares diferentes podem dançar?
É nessa conflitiva de ideias entre os colegas de grupo  é possível que o aluno perceba e elabore um pensamento em um nível mais avançado. Com muitas ações como estas, a ação (fazer, desfazer, refazer) multiplicativa é reforçada, possibilitando o processo de construção do conceito ou a passagem para outra etapa do mesmo.
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Espaço e forma- Localização Espacial


O trabalho na educação infantil exige do professor um entendimento aprofundado do desenvolvimento infantil, tanto dos aspectos cognitivos, quanto os psíquicos e físicos. Entender a criança com um todo, não a fragmentando é fundamental.
Sendo assim, o trabalho com o espaço e forma- localização espacial, se dá forma natural, nas tessituras do cotidiano escolar. Como sabemos, no início da vida a criança vive um período essencialmente prático. Sendo assim, suas primeiras construções de noções espaciais ocorrem por meio dos sentidos.
A proposição de brincadeiras, jogos e atividades que trabalhem esses conceitos – dentro/fora, em cima/embaixo, atrás/ na frente- e tantos outros é fundamental, mas acredito que é na espontaneidade do dia que se solidificam esses saberes.
Num primeiro momento, a criança terá como ponto de referência para se localizar no espaço, ela mesma, devido a seu egocentrismo primário. Aos poucos, seu pensamento vai se descentrando passando para estágios mais complexo e abstratos, aceitando e tendo outros aspectos como ponto de partida.
Conforme as leituras realizadas, ambas muito ricas esclarecedoras, para o desenvolvimento da orientação espacial é necessário a construção da lateralização e da lateralidade.
Sendo a lateralização uma construção mais primária em que acriança se orienta e se localiza no espaço a tomando a si mesma como ponto de referência. Ao passo que a lateralidade é elaborada a partir do momento que outros pontos de vistas são adotados.
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O ensino da matemática na educação infantil


O ensino da matemática envolve uma série de relações lógicas que, por vezes, podem se tornarem vazias ou com um empobrecimento de significados muito grandes por parte dos alunos. Afinal, pensar matematicamente – estabelecendo relações lógico matemáticas- não é tarefa simples ou terminada em si mesmas.
Partindo desse pressuposto, em sala de aula, preconizo a ação e a reflexão dos alunos, trazendo situações problemas, ou seja, propondo situações onde os alunos sejam desafiados, de modo que tenham que formular hipóteses, buscar soluções.
Costumo levar em consideração os conhecimentos prévios de meus alunos, já que a matemática está presente no nosso dia a dia. Fugindo de um a proposta de ensino tecnicista, preconizo o trabalho com atividades lúdicas e prazerosas.
Aprecio muitos os jogos, que se fazem presente em meu cotidiano escolar. A maneira como ocorre a transposição didática faz toda a diferença na vida dos alunos, na maneira como significarão os conhecimentos matemáticos ou não. Para além de meros repetidores, que proporcionemos a construção de sujeitos pensantes, capazes de estabelecer relações com o mundo a sua volta.
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A importância das memórias docentes

Acredito que as fotos retiradas dos alunos em seus diversos momentos na escola são comprovantes da minha memória enquanto docente. As mesmas me auxiliaram a elucidar meus apontamentos enquanto professora, reflexões quanto a minha prática pedagógica, pontos positivos e aspectos a melhorar, bem como na avaliação das crianças, olhando seu processo de aprendizagem, dentre outros.
É claro que além das fotos, as próprias lembranças, memórias, a influência da nossa subjetividade e outros aspectos, fazem com que algo se torne uma memória impregnada de significados ou não.
 Sem dúvida, uma memória organizada por fotos sem dúvidas apresenta uma possibilidade de aprendizagem, principalmente quando falamos em educação infantil, onde o processo é mais importante que o resultado. 
Nesse sentido, o registro fotográfico se faz presente no cotidiano da escola infantil, onde fotografamos o dia a dia das crianças, nos diversos momentos que compõem a jornada. Todavia, esses registros são tirados com uma intencionalidade pré-determinada pelo professor e não aleatoriamente sem significado nenhum. 
Assim, os registros fotográficos dizem muito sobre as crianças, sobre os modos de ser, estar, aprender no mundo e mostram possibilidades e caminhos no trabalho pedagógico. Além de auxiliar no processo avaliativa, construção de pareceres, abrindo novas possibilidades de um fazer pedagógico.
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Sobre o tempo do professor

É fato constatável que o tempo do professor, muitas vezes, ainda fica reduzido ao espaço da sala de aula. Nesse sentido, há um currículo pré-esquematizado ao qual os professores devem seguir, conteúdos para serem desenvolvidos junto as crianças. Em contrapartida, há uma cobrança, mesmo que velada, por parte da instituição escolar como um todo, bem como das famílias para que isso seja feito.
Com isso, percebe-se professores pressionados, com um tempo restrito, sem um espaço e tempo para falar de seus anseios, dividir com seus colegas suas práticas pedagógicas, sem espaço para a quietude a reflexão que o ser professor exige.
Para além, dos conteúdos, o tempo da escola, deve ser uma espaço onde a vida aconteça, deve ser pensado a partir de uma perspectiva não fragmentada, justa, sensível e respeitosa ao tempo de todos envolvidos- crianças, professores, funcionários e comunidade em geral.

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E, na FE1A acontece muita coisa... Algumas pinceladas de nosso experimento!!!


Uma experiência rica e significativa. Através de propostas variadas as crianças da faixa etária um puderam experimentar diversas experiências educativas. Como pano de fundo, está presente o brincar uma das formas mais bonitas de se fazer humano.
Semana passada, foi apresentado aos “pequeninos”, no pátio da escola os seguintes materiais: um tecido branco, que foi estendido no chão, tinta guache colorida e alguns pincéis. Apenas apresentei os materiais, despertando a curiosidade e o restante ficou por conta dos nossos “pequenos investigadores”.
Não demorou muito para iniciarem a exploração, que num primeiro momento ocorreu de maneira tímida e contida-  tocavam na tinta apenas com a pontinha do dedo. Logo, as mãozinhas começaram a participar e depois de alguns minutos, a exploração ocorreu com o corpo todo.
A alegria da descoberta e da experimentação ficou evidente em seus olhos que brilhavam, bem como nos seus corpos que pulsavam de alegria. Fica o registro dessa e de outras atividades realizadas ao longo do mês.


Criatividade parece emergir de múltiplas experiências, juntamente com um desenvolvimento bem apoiado de recursos pessoais, incluindo uma sensação de liberdade para se aventurar além do conhecido.

Loris Malaguzzi


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A importância da síntese reflexiva


A síntese reflexiva é um excelente instrumento de aprendizagem que permite ao aluno a realização de uma reflexão aprofundada sobre as diferentes interdisciplinas, relembrando as experiências vivenciadas. Dessa forma, há uma (re) construção e ressignificação de pensamentos e saberes.
Sem dúvida, o significado da síntese reflexiva tem mudado ao longo do curso. Para além de um trabalho final, é um momento importantíssimo na elaboração dos conhecimentos construídos durante o semestre e uma aprendizagem muita valiosa.
Através dela, aprende-se a estabelecer relações entre os diferentes saberes trabalhados ao longo do curso, relacionando-os com a prática pedagógica. Exercita o pensamento crítico e reflexivo. A apresentação da síntese é outro momento de aprendizagem, onde aprendemos a nos posicionar com clareza, coerência e o objetividade, fatores essenciais no ambiente acadêmico.

Por ser um momento de culminância do semestre, essa escrita demanda tempo e reflexão apurada para que contemple todos os itens necessários. Sendo assim, é um momento que exige esforço cognitivo.

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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Recomeços...


Iniciamos um novo semestre! Que alegria reencontrar nossos queridos professores, tutores e colegas. À medida que o tempo vai passando criamos laços de fraternidade com aqueles que dividimos o espaço acadêmico. Quantas aprendizagens e vivências experienciamos juntos ao longo desses três semestres.
Aos poucos nossos modos de “ver” e “olhar” foram se modificando, tornando-se mais apurados. Nosso cabedal de conhecimentos ficou mais rico e coerente. O pensamento crítico e reflexivo mais afinado.Sem dúvida, o quarto semestre será recheado de descobertas, (re) construção de conhecimentos e ressignificação de saberes. 
É visível o crescimento do grupo como um todo. Essa percepção é possível, principalmente, no “Workshop de Aprendizagem”, onde acompanhamos o nosso processo e dos demais colegas. Quanta riqueza guarda esses momentos que é muito mais significativo que uma prova, onde os conteúdos, na maior parte das vezes, são decorados ou memorizados.
Nesse sentido, o portfólio de aprendizagens se faz muito pertinente pois permite a construção de aprendizagens significativas. Através dele é possível realizar uma reflexão das diferentes interdisciplinas, relacionando teoria e prática.
Do mesmo modo, promove a autoria de pensamento, o desenvolvimento de uma escrita crítica e coerente, além de um enriquecimento do vocabulário. Sem dúvida, um excelente recurso de aprendizagem. 
Que venham novas aprendizagens!!!!


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domingo, 17 de julho de 2016

POESIA E POEMA

Poesia é um conteúdo poético que podemos encontrar num poema, narrativas literárias (conto, romance, novela), crônicas... Já o poema é o texto formalizado em versos, estrofes, com certos recursos de linguagem poética: ritmo, métrica, sonoridades, figuras de estilo.
Um excelente recurso em sala de aula pois possibilita as crianças: a despertar o lado sensível, tratar de sentimentos e situações cotidianas ou não, brincar com as palavras e reconstruí-las de outras maneiras, propiciando autoria de pensamento.
Dos muitos poetas que me inspiram, trago a forte presença de Manoel de Barros em meu cotidiano como educadora na educação infantil. Um poeta que via com olhos de crianças, valorizava o simples, as miudezas, àquilo que realmente tinha e  ainda tem valor.  Um poeta que me provoca encanto, assombramento...

Projetos de aprendizagem

Trabalhar com projetos de aprendizagem tem sindo uma experiência rica e significativa. Em nosso dia a dia, fala-se muito em projetos, mas será que o compreendemos e o significamos da maneira correta junto as nossas crianças?
Dessa forma, a disciplina de Seminário Integrador III, tem-nos auxiliado nesse sentido. Através da construção grupal de nosso próprio projeto, a partir das nossas dúvidas e inquietações, nos fez refletir sobre os processos que vivenciamos com nossos alunos, desde a concepção até a efetivação dos projetos em sala de aula.
O fato de vivenciar empiricamente é muito interessante. Das inquietações e dúvidas que surgem pelo caminho, as mudanças de rumos, a construção de novos conhecimentos, as reconstruções- quantas possibilidades encontramos ao nos aventurarmos num projeto de aprendizagem




Análise de um livro, pensando sobre as infâncias

Escolhi um livro chamado: “As tranças de Bintou” de Sylviane A. Diouf, ilustrações Shane W. Evans, Editora Cosacnaify.
A presente obra retrata a história de uma menina africana e sua sonho de ter longas tranças, pois segundo ela seu cabelo “ é curto, crespo, bobo e sem graça”. Todavia somente meninas mais velhas podem usar tranças e enfeites de miçangas na cabeça, pois na aldeia onde mora, os ritos de passagem são bem demarcados e, sendo assim, a passagem da infância adolescência é vivido com festas, penteados criativos, dentre eles as tranças tão cobiçadas Bintou.
Todavia, Bintou era muito pequena e não devia dedicar-se a vaidade, mas sim brincar, aprender e ser feliz, conforme dizia sua sábia avó. Portanto, enquanto fosse criança, usaria apenas “birotes” no cabelo (pequenos coques). Bintou não se conformava. Tranças, apenas na idade certa.
O desejo da menina era tão grande que chegava a sonhar que tinha dezesseis anos e usava lindas tranças com conchinhas e pedras coloridas, mas quando acordava a decepção era grande pois percebia que tinha apenas quatro “birotes” na cabeça.
O tempo foi passando e outros fatos ocorrendo até que a menina aceita seu cabelo e os pequenos “birotes” tomam um novo significado para a menina a partir do momento em que sua avó os enfeita com diferentes adornos. Com uma auto estima e auto imagem elevada a menina caminha com passos mais firmes e confiantes. Para isso, não ultrapassou etapas, vivendo infância plenamente, aceitando da maneira como é.
Escolhi essa história pois trata da cultura africana, uma cultura extremamente rica, mas que infelizmente é pouco abordada nas escolas e quando trabalhada, muitas vezes, é apresentada de uma maneira empobrecida, fragmentada e descontextualizada. Com gravuras expressivas e um texto brilhante, apresenta de maneira lúdica o cotidiano de uma aldeia africana: seus costumes, comidas típicas, danças, batizados e os rituais de passagem.
Além disso, trata das questões da aceitação das diferenças, que é tema riquíssimo para trabalhar com as crianças desde a educação infantil. As diversidades culturais, étnico raciais...
Numa sociedade marcada pela "cultura da mídia"*, onde são impostos padrões de beleza, e modos de ser e agir, apresentar outras realidades e possibilidades aos pequenos é fundamental. Apurar o olhar das nossas crianças, ensiná-las a ver beleza na diversidade é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Outro aspecto trabalhado no livro é o respeito ao tempo da infância, a não “adultização”, o excesso de vaidade e sensualidade que marcam nossa infância contemporânea. É preciso tempo para ser criança, que na história é marcada pela não utilização de tranças, mas de “birotes” na infância.
Sem dúvida, um livro que nos levar a pensar uma série de questões atuais e pertinentes. Uma leitura que nos impacta, abre horizontes, desacomoda, nos faz pensar, provocando sentimentos, surpresa, sentimentos...
* Cultura da Mídia: termo cunhado por Mariângela Momo


Relato criativo- Brincar na vida adulta


Na vida adulta, perdemos o hábito de brincar. Pensando nisso e tentando resgatar as vivências do brincar junto a minha mãe resolvi fazer uma experiência lúdica. Confeccionei um barangadan. Embrulhei em pacote, tal como um presente e dei para minha mãe, observando o que surgiria naquele momento.
Sendo assim, presentei, minha mãe Vera Regina. Em um passeio matinal com meu cachorro, em uma praça em frente à minha casa, falei: - Mãe, tenho um presente para te dar. Ela meio surpresa com o pacote o abriu, retirando o brinquedo.
Esboçou um lindo sorriso e logo começou a chacoalhar o novo objeto, criando possibilidades. Um casal de idosos que passavam pela rua ficou olhando, curiosos para entender o que estava acontecendo. Minha mãe, ao perceber que estava sendo observada, falou: - Que vergonha Vanessa! O que as pessoas vão pensar? Ainda com todos esses questionamentos continuou a chacoalhar o brinquedo, agora sorrindo ainda mais, na verdade gargalhando junto comigo em função do fato ocorrido.
Essa situação, em especial, me fez pensar, como nós adultos, deixamos de lado a criança que mora dentro de nós, adormecemos a criatividade, a curiosidade, para nos formatarmos dentro daquilo que a sociedade espera de nós.
Nesse sentido, nos tornamos sérios, endurecemos nossos corpos e porque não dizer mentes em nome de nos tornarmos teoricamente pessoas grandes e respeitáveis. E, tudo isso me fez lembrar de um trecho do livro do Pequeno Príncipe, que diz o seguinte: “ Todas as pessoas grandes um dia foram crianças, mas poucas se lembram disso. ”
Prosseguindo a observação - no início movimentava o brinquedo de um lado para outro. Em seguida descobriu que tinha um fio, o explorou e logo aprendeu a usá-lo. Os movimentos, aos poucos ficavam mais livres e compassados. Agora, o brinquedo laçava o seu próprio corpo e minha mãe sorria muito.
Era um sorriso diferente, aos olhos da sensibilidade, um sorriso leve, alegre, despreocupado, relaxado. Fazia tempo que não via minha mãe assim! E, de fato, por alguns momentos minha mãe estava INTEIRA, vivendo aquele momento, como se esquecesse de tudo e todos a sua volta para simplesmente brincar.
Penso, sinceramente, que essa seja a parte mais bonita do brincar – o brincar nos permite nos conectarmos com nós mesmos, a nos encontrarmos, a estarmos inteiros, nem que sejam por breves momentos.

Termino meu relato com essa citação:  “Qualquer atividade humana que seja desfrutada em sua realização –na qual a atenção de quem a vive não vai além dela- é uma brincadeira”. (Maturana, Verden-Zoller, 2004, pag. 232)