terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A importância do brincar na infância e na educação infantil

O brincar é uma das atividades mais importantes da infância. Deve ser vivido em sua plenitude com o maior número de repertórios possíveis. É direito de toda a criança brincar. E cabe a nós, professores da infância, garantirmos esse direito.
Lembro-me, que quando tinha cinco anos de idade, todas as manhãs enquanto minha avó cuidava dos afazeres domésticos, montava um cenário no pátio da minha casa. Levava cobertor, o qual estendia no chão, minhas bonecas, mochilas e diversos apetrechos os quais julgava necessários na minha brincadeira.
E, lá permanecia brincando, confabulando no meu mundo imaginário e criando histórias. Que tempo bom! Saudades da minha infância. Brincava de “casinha”, de “ser professora”, de fazer teatro”...
Brincar é coisa séria, pois através dele a criança organiza seu mundo interno, revive situações boas e ruins, elabora problemas, se reestrutura psiquicamente, criando novo finais para histórias já vivenciadas. O brincar é extremamente estruturante. Um adulto saudável, com certeza brincou na sua infância.
Na Educação Infantil, a aprendizagem ocorre através do cotidiano e principalmente através da brincadeira, uma linguagem universal no universo infantil. Através dela apresentamos o mundo em “pequenas doses”, como diria Winnicott. A partir daí a crianças vão construindo seus saberes de maneira prazerosa e significativa.
Aos professores, cabe a ampliação dos repertórios de brincadeiras para além dos brinquedos prontos e industrializados. Trazer elementos da natureza para dentro da sala referência, propiciar brincadeiras ao ar livre com areia, gravetos, grama.  Disponibilizar materiais não estruturados para que as crianças possam criar, valando-se do jogo simbólico é fundamental para uma plenitude do brincar na infância
“Qualquer atividade humana que seja desfrutada em sua realização –na qual a atenção de quem a vive não vai além dela- é uma brincadeira”. (Maturana, Verden-Zoller, 2004, pag. 232)

Referência:

 MATURANA, Humberto R. e VERDEN-ZÖLLER, Gerda. Amar e Brincar: fundamentos esquecidos do humano. Tradução de Humberto Mariotii e Lia Diskin. São Paulo, Palas Atenas, 2004.





segunda-feira, 28 de dezembro de 2015


“Permitir que as crianças tenham acesso a língua escrita através de um ato de carinho e respeito, rodeado de coisas que não compreendem, mas que dão a vontade de compreender. Essa é uma das melhores introduções a cultura escrita”.  Emília Ferreiro
Inicio meu texto com essa fala significativa de Emília Ferreiro. Entre os diversos fatores que interferem no processo de ensino e aprendizagem encontra-se a afetividade. Dentre muitas instâncias que nos compõem- a afetividade é uma das mais importantes. Sem afeto, ao meu ver, fica difícil de ensinar e aprender.
Muito mais do que decifrar letras o processo de alfabetização é um complexo, gradual, contínuo e progressivo, onde respeitar o outro –aprendente- é fundamental para que tenhamos sucesso nessa difícil empreitada.
Acredito em uma pedagogia relacional, marcada pelo ir e vir entre sujeito e objeto. Sendo assim, ambos os lados se esforçam e se completam numa perspectiva dialógica e rica. O carinho, o respeito, a escuta e olhar apurado são fatores primordiais que todo o professor deve desenvolver ao longo de sua caminhada.
Compreender a cultura do aluno, seus conhecimentos prévios, suas inquietações, acolher seus questionamentos é o que enriquece o cotidiano em sala de aula. Um grupo de pessoas com especificidades singulares, atravessados por discussões e trocas valiosas, onde diferentes saberes se encontram, se complementam e se reconstroem continuamente.
Trabalhando com educação infantil, em especial com crianças muito pequenas, pude fazer uma série de construções ao longo do semestre que forma de grande valia para afinar meu olhar enquanto educadora da infância.
A aprendizagem da leitura e escrita inicia-se meses após o nascimento. Todavia, se desenvolve plenamente se houver uma atividade mediada. Dessa forma a presença de uma pessoa alfabetizada é fundamental, no sentido de dividir seus conhecimentos com alfabetizando. Penso em aprofundar meu olhar nesse sentido, procurando textos, reportagens científicas sobre esse assunto, já que trabalho com crianças muito pequenas.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Entre os muros da escola: um encontro com a felicidade

Costumo dizer que a infância é a etapa mais bela e poética da vida. Tempo de sonhar, acreditar no impossível, fantasiar e viver essa fantasia, brincar, ser feliz! Tenho o privilégio de trabalhar com a educação infantil e a partir daí que escreverei meu relato.
As crianças por si só, já trazem consigo a felicidade e são justamente elas que compõe o cenário educacional, junto dos professores e demais funcionários da escola. Não estou tirando com isso o direito a tristeza da infância, o que absolutamente comum, pois faz parte do processo da vida.
Nessa riqueza de um encontro imprevisível, com múltiplos atores, com diferentes especificidades, experiências e culturas é que está a alegria da escola. Aprendemos, compartilhamos, trocamos, experienciamos, tentamos, fracassamos, construímos, reconstruímos práticas e saberes baseados numa pedagogia relacional.
As interações entre os pares da mesma idade, das crianças maiores com as menores, nos professores com alunos e demais funcionários, criam um ambiente riquíssimo para que aprendizagem aconteça em todos os momentos da vida cotidiana. No cotidiano nada é banal e as práticas cotidianas fazem parte do currículo na educação infantil.
Percebo a felicidade está nas delicadas tessituras da infância, como por exemplo – o pequeno menino que encontra um tesouro no pátio em meio as pedrinhas do chão. Ou quando, a menina que até então usava fraldas consegue fazer suas necessidades no penico e sente-se muito feliz e gratificada com sua nova conquista. Miudezas, “pequenices”- aos olhos de gente grande- mas que são carregados de significados, de descobertas, de felicidade.
É nesse cenário que trabalho e que me encanto dia após dia. Na alegria do encontro com inusitado, com a vivacidade das crianças, com as teorias construídas por nossos “pequenos”, com afetividade e generosidade que as crianças concebem o outro e o mundo a sua volta.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

       “Infância soft”

O termo "infância soft" é proposto por Susana Rangel e Camila Bettin no texto "Retratos de uma infância contemporâneo: os bebês nos artefatos visuais". Essa infância é retratada como angelical, perfeita, despojada de tristezas, como se a fase de ser bebê foi investida somente de alegrias. Nesse sentido, a criança é vista como um ser inocente, belo, feliz por natureza. Essa infância, geralmente, é representada por crianças brancas, de olhos claros, “fofinhas” e rechonchudas.

Não espaço para outras infâncias possíveis e, sem dúvida, existentes que permanecem invisíveis na escuridão. Permeada por uma lógica que exclui e segrega os que não se encaixam nos padrões do grupo, acaba vendendo produtos e concepções do que é ser bonito, o que deve ser valorizado e o que não deve, apresentando um padrão de corpo infantil que deve ser cuidado e mantido por uma estética padronizada.




Fonte: BORGES, Camila Bettim; CUNHA Susana Rangel Vieira da. Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais. Textura, v. 17, n. 34, p. 99-111, 2015.



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sinos de Anya

Vanessa Quadros

O filme Sinos de Anya muito me comoveu. Com uma história envolvente, apresenta um olhar sensível sobre as diferentes aprendizagens na vida humana e me reportou a pensar sobre a importância de ser investido pelo desejo do outro. Nesse sentido, trago para essa conversa um pensamento de Fernando Pessoa que diz: “Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que o desejo do outro fez de mim.”
O personagem principal foi rotulado como lento, incapaz, desqualificado na frente de seus colegas pela própria docente. A mãe, apesar de amá-lo e defendê-lo, também não participava ativamente do cotidiano do menino. Não compartilhava de seus anseios, dificuldades e medos, principalmente em relação à leitura.
Graças ao olhar cuidadoso e amoroso de Anya, cega de nascença, mas que enxergava com o coração, a dislexia foi descoberta e a partir daí um divisor de águas se fez na vida dessa criança. Nasce um sujeito que se coloca no lugar de alguém capaz de produzir saberes, habilitado a aprendizagem. É como se alguém dissesse para o menino: - Olhe para si, você tem asas para voar, você é capaz, liberte-se. E, a partir disso o menino começar a ensaiar seu primeiro vôos de liberdade. Foi lindo!
Do mesmo modo, esse menino com seus gestos e palavras carinhosas para Anya, também apresentou novos horizontes de vida para ela, que até então não se autorizava a ultrapassar o demarcação de sua casa por sentir-se impotente, incapaz. 
A força das relações, interações qualificadas, empáticas e amorosas são retratadas no filme. A importância do olhar carregado de afeto, da presença de um grande outro que nos signifique; que nos diga que somos capazes, que nos mostre que o caminho é difícil, mas não impossível.

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Os desafios de educar uma infância pós-moderna

 Vanessa Quadros

Ser professor sempre foi um desafio! Ser professor numa sociedade pós-moderna é um desafio ainda maior. Educar uma infância pós-moderna é uma tarefa que nos exige muito como profissionais e seres humanos.
Vivemos em uma sociedade permeada por prazeres e desejos efêmeros, vazios, com um empobrecimento de significados muito grande. Consumimos, num ritmo enlouquecedor, não há pausa para a reflexão, a contemplação do belo. Parafraseando com Descartes– Consumo, logo existo!
Os desafios que a sociedade e a cultura, que se modifica constantemente, pós-moderna nos apresenta é muito grande. O culto a beleza e a juventude, a busca da felicidade, do status, da realização dos desejos, do imediatismo e de tantas outras características que caracterizam esse momento, acabam construindo sujeitos implicados nesses modos de viver e significar a vida.
Em meio a tudo isso, está imbricada a infância, produtora de culturas infantis ricas, mas ao mesmo tempo, crianças que estão constituindo a sua estrutura psíquica, corporal... Crianças que influenciam e enriquecem os meios onde vivem, mas que principalmente são influenciadas pelo meio, por uma “cultura da mídia”. Onde o “ter” é mais importante que o “ser”, onde o consumir não se restringe somente ao consumo de bens materiais. Um consumo que produz significados e acaba os significando.
É preciso que enquanto educadores da infância, tenhamos um olhar muito atento nesse sentido. De modo que ajudemos a constituir sujeitos inteiros, movidos pela pulsão de vida. É preciso que ampliemos os repertórios de nossos pequenos, mostrando novos horizontes possíveis para além do consumo, do imediatismo, da falta, da lacuna.
 A infância precisa ser cuidada e olhada de maneira acolhedora, investida de significados permeados de amor e afeto, de modo que levemos os nossos “pequenos” a questionarem as verdades dadas e inquestionáveis. É preciso apreciar o belo, as nuances da vida.


 Penso que assim estaremos construindo uma sociedade com sujeitos mais livres, humanizados, com compreensão empática e principalmente com uma estrutura “egóica” mais fortalecida. Lutemos por uma sociedade mais iluminada e saudável!








terça-feira, 13 de outubro de 2015

A linguagem da escuta...


Lindo e sensível! Todo educador deveria desenvolver a dimensão da escuta e do olhar que acolhe, mesmo que sem palavras...
Muito mais importante do que encher a parede com trabalhos ou propostas pobres de significados, muitas vezes construídas unicamente pelos adultos, sem a essência dos pequeninos! Chega de superestimulacao, de excesso de atividades, que pouco dizem ou falam sobre nossas crianças, em nome de um pedagógico. Vamos refletir sobre o que torna algo pedagógico ou não. Precisamos estudar, nos aprofundar, e essencialmente investir em relações qualificadas na Educação Infantil! 
Talvez assim, aprendamos com nossas crianças desenvolver empatia e o respeito pelo outro. 
Que nossas escolas possam pulsar, bater no ritmo do nosso coração e principalmente no ritmo do coração das nossas crianças! Fica a dica!




Por mais escolas transformadoras...


As coisas que nos movem, nos inquietam, nos alígera o pensamento, talvez sejam as mais importantes inspirações sobre o como fazer uma educação de maior qualidade. Dar atenção as nossas perguntas mais intrínsecas...
As nuances dos detalhes faz toda a diferença, afinal a Educação é feita de detalhes, ainda mais a Educação Infantil - que é feita de detalhes, trocas, gestos, de toques que fazem toda a diferença.
Por um mundo com mais escolas transformadoras, que priorizem as sutilezas do olhar, do carinho, do respeito ao próximo, da criatividade, do protagonismo infantil. Por um mundo mais humano! A mudança começa em cada um de nós




segunda-feira, 12 de outubro de 2015





Sobre o Dia das Crianças...

Trabalhando com a infância, em especial, com bebês e crianças muito pequenas, o Dia das Crianças me leva a refletir sobre as nuances da vida...
Nessa estrada desconhecida que é a vida, percorremos muitos caminhos, ora alegres e felizes, ora tristes e sinuosos... O essencial, todavia, é que independente da estrada trilhada nunca percamos a fé e a esperança!
Viver a vida criativamente, reinventar-se a cada dia, colorir as páginas da nossa história...
Hoje fica meu abraço a todos os pequeninos que já passaram pela minha vida e aos que fazem parte dela, e que tanto me ensinam sobre como viver plenamente.
Que nós adultos, se ainda não o fazemos, aprendamos a viver de maneira criativa, interessante de ser vivida, apesar das pedras no caminho!
Que todos os dias, possamos passar mais tempo com nossos pequenos que tanto necessitam de um aconchego, de um abraço, de um olhar  terno, de uma palavra que os incentive. Pequenas atitudes, que os ajudarão a se constituir enquanto pessoas. 

Relações qualificadas, amorosas, carregadas de afeto é o que nossas crianças precisam. Que o Dia das Crianças seja vivido e reconstruído diariamente.
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!

Um adulto criativo é uma criança que sobreviveu.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Conversando sobre Infâncias


Iniciamos uma nova interdisciplina "Infâncias de 0 a 10 anos". A professora lançou diversas reflexões sobre o conceito de infância, as diferentes infâncias existentes, a ocupação dos espaços públicos pelas crianças, como uma maneira de formar cidadãos, o conceito de criança como "nativos digitais", dentre outros.
Inspiradas pelo assunto, que ao meu ver é apaixonante, as colegas foram convidadas a falar sobre suas experiências com a infância. Por unanimidade praticamente todas falaram  sobre sua própria infância, as brincadeiras que realizavam, das pessoas pessoas que fizeram parte e de todas as “gostosuras” que esse tempo que já passou desperta na gente!
Graças a Deus e a minha família, tive uma infância maravilhosa, regada de muito amor, brincadeiras e trocas significativas. Mas, não é sobre isso que gostaria de falar! Em meio a troca de ideias e discussões que surgiram ao longo da aula me recordei do filme que está passando no cinema e que tive a oportunidade de assistir: Território do Brincar.
A seguir segue um trecho retirado do http://territoriodobrincar.com.br/o-projeto/, que explica sobre esse lindíssimo projeto!

O projeto Território do Brincar é um trabalho de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura infantil.
Entre abril de 2012 e dezembro de 2013, os documentaristas Renata Meirelles e David Reeks, acompanhados de seus filhos, percorreram o Brasil. Eles visitaram comunidades rurais, indígenas, quilombolas, grandes metrópoles, sertão e litoral, revelando o país através dos olhos de nossas crianças. Renata e David registraram as sutilezas da espontaneidade do brincar, que nos apresenta a criança a partir dela mesma.
Em cada encontro surgiam intensas trocas e diálogos, por meio de gestos, expressões e saberes que foram cuidadosamente registrados em filmes, fotos, textos e áudios. Um intercâmbio onde pesquisadores e crianças se encontraram no fazer e no brincar, sempre aprendendo um com o outro.
O trabalho do Território do Brincar se amplia ainda mais pela parceria firmada com o Instituto Alana, que é o correalizador do projeto, pelas escolas que acreditam no valor dessa pesquisa e são nossas parceiras, pelo apoio da Aliança pela Infância e outras pessoas e organizações que muito enriquecem essa história.”

Que possamos nos inspirar em experiências como essa e ampliar o repertório de brincadeiras de nossos alunos! Fica a dica!


domingo, 6 de setembro de 2015


II Jornada de Educação Infantil: Pedagogia do Cotidiano


No dia 29 de agosto a Universidade do Vale do Rio dos Sinos promoveu a II Jornada de Educação Infantil: Pedagogia do Cotidiano. Contou com a presença de diversos palestrantes relevantes no âmbito da Educação, como Paulo Fochi, Marita Redin, Queila Vasconcelos, os quais tenho o prazer de serem meus professores do Curso de Especialização em Educação Infantil que realizo nesta instituição. 
O evento ainda contou com a presença do Professor Dr. Rodrigo Saballa, que ministrou a conferência de abertura da Jornada com o tema: “Poéticas do Cotidiano na Educação Infantil”. Fiquei encantada com sua fala, experiência e aporte teórico em relação ao assunto. Pois, como ele mesmo citou em sua apresentação " O extraordinário pode estar presente no ordinário".
Inspirada por tantas falas ricas e significativas, o sábado foi de estudos, discussões e reflexões! Abaixo segue o meu registro fotográfico ao lado do Dr. Rodrigo Saballa. 




Registro fotográfico ao lado do Dr. Rodrigo Saballa

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A experiência de passar pelo 1º Work Shop de Avaliação


O Work Shop de Avaliação foi uma experiência rica e significativa. Um momento de compartilhar ideias e construções que realizamos ao longo do semestre. Cada colega, da sua maneira, conseguiu explicitar e passar a mensagem de suas aprendizagens durante o curso.
Penso que são nesses momentos de troca que mais aprendemos. Abre-se um espaço, onde os saberes são colocados lado a lado, onde conhecimentos e emoções se misturam, pois quando falamos de nossas aprendizagens, estamos falando sobre nós mesmos, ou seja, sobre o nosso modo peculiar de assimilar e perceber o mundo.
Mas, até chegar o grande dia - da apresentação- muito esforço foi dedicado para compor esse trabalho. Revisitar todas as leituras, anotações, discussões realizadas foi uma tarefa árdua. E, dentre todas as aprendizagens elencar a mais significativa, foi difícil, pois as interdisciplinas se misturavam, complementando-se.
Nomeie o meu trabalho de Percursos de Aprendizagem. Nele procurei falar da minha trajetória ao longo do primeiro semestre do curso: as mudanças decorrentes na minha vida pessoal e profissional, na minha forma de ver a escola, a educação...
Relatei sobre o Retrato da Escola, que ao meu ver, foi um trabalho singular e que me propiciou tomar um distanciamento/ estranhamento do lugar onde trabalho diariamente e poder analisá-lo, numa perspectiva positiva, no sentido de melhorá-lo.
Portanto, considero que esse método de avaliação seja pertinente e adequado. Assim sendo, o aluno é levado a pensar, estabelecer relações lógicas, construir saberes com significado, vividos e sentidos. É uma proposta inovadora e que deveria ser adotada em outros curso também!


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O sentido do Portfólio...

O portfólio é um excelente instrumento de aprendizagem , uma vez que é o aluno quem o compõe através de suas reflexões, construções, vivências e práticas cotidianas. Sendo assim, o discente é levado a pensar sobre o que está sendo estudado nas diferentes interdisciplinas, estabelecendo conexões/relações com sua prática profissional e porque não dizer pessoal.
Permite a ressignificação de saberes e promove um olhar cuidadoso do que está sendo trabalhado e estudado ao longo do semestre. Confesso, que no princípio tive dificuldades de compô-lo, pois não não compreendia o seu sentido. E, por falta de organização do tempo não realizei todas as postagens semanais.
Todavia, quando as fazia buscava trazer reflexões significativas para mim, em relação ao meu cotidiano escolar ou não, fazendo sempre uma relação com as leituras, trabalhos e assuntos discutidos nos encontros presenciais ou não presenciais. Penso que é assim que devem ser compostas as postagens de um blog/portfólio. Um texto, composto permeado por pesamentos, falas, olhares e escutas que se atravessam pelas indagações, constatações e construções que vamos fazendo ao longo do caminho.
Sem dúvida, o portfólio é uma excelente maneira de avaliação para adultos e crianças, pois analisa o processo, os percursos que o aluno percorreu e não apenas o resultado final. Afinal se falamos tanto em uma educação ética, cuidadosa e amorosa, devemos adotar perspectivas como essa em nosso dia a dia em sala de aula.



terça-feira, 25 de agosto de 2015

Reflexão sobre as aprendizagens significativas  do primeiro semestre

Refletir sobre as aprendizagens do primeiro semestre é uma tarefa alegre, rica, prazerosa e significativa. Sempre que iniciamos uma nova caminhada em nossas vidas, seja - um emprego novo, uma casa nova, um relacionamento novo- nos exige um esforço de abertura para o inesperado, para o novo, para o imprevisível.
Meu ingresso na PEAD não foi diferente. Essa nova caminhada me exigiu esforço, dedicação, resignação ao tempo que tinha disponível, que por sinal era curto,  e muita paciência. Todavia, como diz o velho ditado popular "Depois da tempestade vem a bonança". Passado os desafios iniciais pude respirar com mais tranquilidade. Hoje, já acostumada com o ritmo do curso e já conhecendo a metodologia de trabalho, bem como os colegas, professores e tutores, tenho certeza que a caminhada do segundo semestre será muito mais calma.
Falar de uma ou outra interdisciplina é difícil, pois ao meu ver, todas se conectaram, completando-se mutuamente, formando uma linda sinfonia ao longo do tempo. E, essa sinfonia permitiu que aos alunos, dentro de seu ritmo de aprendizagem, tecessem seus conhecimentos.
Fazendo uma retomada deste primeiro semestre, percebo que muito aprendi, cresci, construí e desconstruí uma série de conceitos, pré conceitos e verdades até então eram tidas como verdades absolutas para mim. Flexibilizei meu pensamento e modo de agir, tanta na vida pessoal com meus familiares e amigos quanto com meus alunos em sala de aula.
Minha maneira de pensar educação e de fazê-la, mudou drasticamente após as leituras realizadas, dos estudos sobre as diferentes pedagogias existentes, sobre a concepção de aluno, sobre a escola real e idealizada, sobre as maneiras de ensinar, por vezes fragmentadas e engessadas que ainda propomos. Os estudos sobre as culturas, o multiculturalismo, o etnocentrismo, e a lógica da inclusão da exclusão, o marginalizados, os invisíveis, os documentários e filmes assistidos foram importantíssimos para minha formação.
Sendo assim, considero que todas as interdisciplinas foram relevantes e me auxiliaram construir diferentes saberes que se completaram ao longo do semestre. Entretanto, a interdisciplina de Seminário Integrador foi extremamente significativa, em especial a composição do “Retrato da Escola”. Vide em http://retratodaescolavanessaquadros.pbworks.com/w/page/90553352/FrontPage
Esse trabalho me desestabilizou em diversos momentos, pois exigiu uma composição minuciosa. Eis que me surgiu uma série de questionamentos: como compô-lo, como encontrar o melhor ângulo, como apresentar o local onde trabalho e que por vezes sequer resinificamos nosso olhar em relação ao mesmo, por já estarmos ambientados, acostumado, com olhar fechado. Como fazer esse distanciamento perceptual e recriar aquilo que já está dado?
Elaborar o "Retrato da Escola" foi uma experiência interessante e significativa. Tomar um distanciamento e apurar o olhar para o seu local de trabalho cotidiano foi uma tarefa um tanto quanto complexa.
Rever o Plano Político Pedagógico e fazer as próprias constatações do que fato acontece na prática são ações que nos desacomodam e nos levam a refletir sobre os caminhos possíveis de otimizar o processo e o contexto educacional.

 Que possamos trilhar um caminho belo e colorido neste curso!



     Recomeçar é sempre bom!

É com grande alegria que iniciamos o segundo semestre do curso de Pedagogia. Passado o "sufoco" inicial, o período de adaptação ao curso, a metodologia de ensino e maneiras de organizar o tempo para os estudos, recomeçamos um novo semestre!
E, não poderíamos começar melhor: com a disciplina de Seminário Integrador II. Com a calma e doçura da professora Rosane Aragon, e dos queridos tutores tenho certeza de que mais uma vez construiremos uma linda rede aprendizagens. 
Abre-se uma nova página em nosso livro de aprendizagens para que possamos redigir novos olhares, práticas e saberes em relação à Educação!


 










terça-feira, 14 de julho de 2015

Work Shop de Avaliação












Que nunca deixemos de acreditar no nosso potencial criador e construtor! Workshop de Avaliação, apresentação para a banca! Uma noite de reflexão e aprendizagem, onde compilamos saberes de diferente interdisciplinas!

PEAD- UFRGS, um grande desafio com sabor de vitória!
Parabéns para nós meninas!!! Todo o esforço e dedicação valeu a pena!!! Foi uma noite de aprendizagens e emoção. 
Agradeço a nossa querida Vanessa Sozo Costa e professor Rafael Arenhaldt que nos auxiliaram nesse processo.
E, que venha o próximo semestre com novos saberes!



segunda-feira, 6 de julho de 2015

Modelos Pedagógicos e Epistemológicos- Escola Projeto Pedagógico e Currículo

Refletir sobre os modelos pedagógicos e epistemológicos é muito interessante e exercício fundamental para a formação de professores. O texto: “Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos” do professor Fernando Becker, apresenta a Pedagogia Diretiva, Pedagogia Não Diretiva e Pedagogia Relacional.
A partir da leitura, compreendi que toda a prática pedagógica tem um viés que a sustenta, uma perspectiva que a faz acontecer e que por trás delas há uma concepção de educação, de homem, de sociedade, de um fazer educativo.
Na Pedagogia Diretiva (Empirismo), existe a crença do “mito da transmissão do conhecimento”. Nessa visão, o sujeito é uma “tábula rasa”, uma folha em branco, não havendo nada no nosso intelecto que não tenha entrado lá, senão através dos sentido. O sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou meio físico e social.  S ← O (modelo epistemológico)
O ensino e aprendizagem pólis dicotômico, onde o professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará A ← P  (modelo pedagógico).
Já a Pedagogia Não Diretiva (Apriorismo), o professor é um facilitador ( Carl Rogers). O aluno aprende por si mesmo, “laissez-faire”- deixar fazer.  Apriorismo, vem de a priori; aquilo que é posto antes como condição do que vem depois. Priorizam a bagagem hereditária. Nesse sentido, o homem já nasce com conhecimento que está programado na sua herança genética. S → O (modelo epistemológico).
O pólo de ensino é desautorizado e o de aprendizagem tornado absoluto. A → P (modelo pedagógico). É importante observar que este modelo reforça a lógica da exclusão, uma vez que trabalha na perspectiva do défict herdado. Mais uma vez caímos nos pré-conceitos dos marginalizados, invisíveis, que mais uma vez serão colocados nesse papel.
A Pedagogia Relacional ( Construtivismo), professor e aluno determinam-se mutuamente. S ↔ O (modelo epistemológico). Piaget é o mentor de uma pedagogia relacional. Sendo assim, não se pode exagerar na importância da bagagem hereditária nem na importância do meio social.
O sujeito é  quem constrói seu conhecimento através das suas ações. Ele assimila novos saberes atraves de suas construções e esquemas prévios e os reconstrói, fazendo uma saber que é somente seu, uma producção sua. Desta forma assimila e acomoda.  A ↔ P (modelo pedagógico)
Trabalho com Educação Infantil e procuro em minha prática seguir um Pedagogia Relacional, pois acredito que essa perspectiva é a mais coerente e que pode efetivamente trazer mudanças significativas para o mundo. Penso que devemos formar cidadão críticos, reflexivos, questionadores, inovadores  e não meros repetidores de verdades prontas e acabadas.
Em minha sala de aula, procuro trabalhar através de um método globalizado, onde as disciplinas e os conteúdos não são apresentados de maneira estritamente disciplinar. Interessa o que as crianças já sabem, seus conhecimentos prévios, seus interesses, suas indagações. E, é nesse sentido  que trabalho, buscando trazer  respostas  a problemas ou questões que surgem ao longo do cotidiano da Educação Infantil. Penso que assim, tanto professor quanto aluno aprendem e ensinam mutuamente, construindo de fato um espaço dialógico, acolhedor das diferenças e novas possibilidades de ser e estar no mundo.


Desafios do processo de ensino e aprendizagem- Corporeidade: Epistemologia e Vivências do Aprender

Diariamente os professores deparam-se com o desafio do ensino e aprendizagem. Como motivar seus alunos, despertando o encantamento pelo aprender? Encantamento esse que às vezes não fora despertado nem sequer pela vida.
Sem dúvida, um desafio enorme, mas não impossível. Conforme o texto “Emoção e Ternura: a arte de ensinar”, escrito pela Profª. Drª Maria Luiza Cardinale Baptista (trabalhado na interdisciplina de Corporeidade), é um grande desafio agenciar o ensino-aprendizagem de modo terno e emocionante. Nesse sentido, a formação continuada dos professores fundamental, pois conforme coloca Freire “não há docência sem discência”.
O professor assim, ao longo de sua trajetória torna-se um eterno pesquisador em busca do conhecimento universal que é infinito, imprevisível, mágico. É justamente nesse encantamento, que é o processo de aprender, que nos mobilizamos na busca pelo novo, na construção de novos conhecimentos, assimilações, acomodações e novas desacomodações.
É preciso envolver nossos alunos “aprendentes/ensinantes” nesse processo, ativando afetos, ternura, desejo de aprender, aprender para vida. É preciso que cada educador crie uma proposta de interação afetiva, que atravesse seus alunos, pois conforme é colocado no texto “a arte de vida e conhecimento só é possível se o sujeito for mobilizado através da emoção”.

Chega de perpetuarmos ao longo de anos o “pacto da mediocridade”, conforme coloca a autora, onde professores fingem que ensinam e alunos fingem que aprendem. Que a sala de aula seja o templo, onde sujeitos sejam concebidos em sua integralidade, ou seja, indivíduos atravessados pelo desejo, pela lógica, por um organismo e corpo subjetivado e construído. 

A teia de aprendizagem- Seminário Integrador



A dinâmica da teia realizada no encontro presencial da interdisciplina de Seminário Integrador foi muito interessante e significativa, pois propiciou um momento de integração do grupo que pode se conhecer melhor.
Ao mesmo tempo me fez refletir sobre o fazer pedagógico na escola, que é permeado relações que se conectam e formam uma rede de pluralidade de saberes, experiências e fazeres significativos. Penso que aí mora a beleza contexto escolar!
Pensei nas diferentes interdisciplinas apresentadas ao longo do semestre e como elas se encaixam e se complementam compondo um saber estruturado, comunicativo e dialógico. Que venham novos aprendizados para compor nossa teia do conhecimento!


quarta-feira, 1 de julho de 2015

O pensamento abissal- Reflexão sobre a Interdisciplina: Escola Cultura e Sociedade

Entre idas e vindas de Novo Hamburgo, cidade na qual resido, e Porto Alegre, minha cidade natal, eis que parei numa padaria e confeitaria tradicional da capital, situada na Av. Borges de Medeiros. Naquele turbilhão de pessoas, falas desencontradas, olhares perdidos, outros felizes, entre tantas mãos que carregavam seus celulares conectados as redes sociais, fiz meu pedido a atendente e sentei-me aguardando meu lanche.
Em meio a tudo isso comecei a refletir sobre a sociedade pós moderna. Nesse meio tempo, adentra no estabelecimento uma criança indígena, de aproximadamente se 6 anos de idade. Era uma manhã muito fria e o menino trajava um moletom fininho, um calça de malha e nos pés calçava um chinelo, sem meias.
A criança, certamente faminta, parava ao lado das pessoas e não pedia nada, apenas olhava. Falava através do olhar. Um olhar carregado e sofrimento, de fome, de esperança que seu olhar encontrasse ou cruzasse com um olhar de um outro alguém que estivesse ali. Parei a observar a cena.
Um grupo de aposentados bem vestidos, comiam seus lanches prazeirosamente, enquanto conversavam e riam. Trabalhadores apressados enquanto tomavam seu café mexiam nos seus celulares, famílias conversavam e se alimentavam. 
O "indiozinho" parou por ali e olhava para as pessoas como se clamasse por um pedaço de pão. Todos em algum momento o olharam, mas de certa forma não o viram. A atendente, então se aproximou da criança e disse que fosse ao responsável pela loja pedir um pão. O menino assim o fez. Não obtendo uma resposta positiva voltou e parou do meu lado. 
Ofereci um lanche e um refrigerante a criança. Esse aceitou e saiu contente da confeitaria. 
Retornando para estação de trem, me deparo com o "indiozinho" sentado no chão comendo o salgado, que havia repartido em três pedaços, um para ele, outra para mãe e outro para a irmãzinha.  Me comovi com a cena. Com meus olhos já umedecidos, continuei a caminhar, pois fazia tempo que não via uma cena tão linda, ainda mais nos tempos atuais, onde o que vale é a lógica do individualismo, do egoísmo e da falta de empatia.
Frente a toda essa cena refleti sobre a interdisciplina: Escola, Cultura e Sociedade. Em especial a leitura do texto: Ações Coletivas e Conhecimentos: Outras Pedagogias, de Miguel G Arroyo. Neste texto trabalhamos justamente com essa questão dos subalternizados, oprimidos por diferentes formas de dominação econômica, política e cultural. A questão dos marginalizados, bem como a questão do pensamento abissal, trazido por Boa Ventura de Souza Santos.
Pensamento esse, muito mais radical que o pensamento da marginalidade, da exclusão, de modo que o outro se torna inexistente. Conforme é colocado no texto, produzir seres humanos como "não Outros" é muito mais radical do que produzí-los como "Outros ilegítimos".

sábado, 16 de maio de 2015






Sejam Bem Vindos (as) ao meu Blog!

    Me chamo Vanessa e tenho 28 anos.  Sou professora concursada pelo município de Novo Hamburgo. Trabalho com a Educação Infantil (20hrs), faixa etária de 1 ano. Apaixonada pelo que faço, penso que enquanto educadores devemos assumir uma postura de ensinantes e aprendentes ao longo de toda vida. Por isso, busquei o curso de Pedagogia na expectativa de construir novos conhecimentos.
   Iniciei minha trajetória na área da educação muito cedo, quando aos  14 anos ingressei no magistério do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, por incentivo da minha mãe. Aos 17 iniciei a graduação em Psicopedagogia  Clínica e Institucional. Me formei em 2008 pela PUC/RS.
   Durante esses anos já atuei em diversas instituições. Fui estagiária da FPE ( Fundação de Proteção Especial), onde trabalhei com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, nas questões referentes a aprendizagem. Atuei em diversas escolas da rede privada como professora de Ed. Infantil e/ou turno integral.
   Além disso, trabalhei no Colégio La Salle Dores como Psicopedagoga, com crianças e adolescentes. Nessa mesma época atuava como psicopedagoga clínica na Interclin- Clínica Interdisciplinar. Também atuei como professora de Ed. Infantil no município de Canoas, onde tive a experiência de trabalhar como diretora interina da minha escola. Experiência repleta de desafios e aprendizagens que me fizeram crescer e amadurecer enquanto pessoa.
   Atualmente estou cursando Especialização em Educação Infantil na Unisinus, juntamente com a Pedagogia na UFRGS.