quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Os desafios de educar uma infância pós-moderna

 Vanessa Quadros

Ser professor sempre foi um desafio! Ser professor numa sociedade pós-moderna é um desafio ainda maior. Educar uma infância pós-moderna é uma tarefa que nos exige muito como profissionais e seres humanos.
Vivemos em uma sociedade permeada por prazeres e desejos efêmeros, vazios, com um empobrecimento de significados muito grande. Consumimos, num ritmo enlouquecedor, não há pausa para a reflexão, a contemplação do belo. Parafraseando com Descartes– Consumo, logo existo!
Os desafios que a sociedade e a cultura, que se modifica constantemente, pós-moderna nos apresenta é muito grande. O culto a beleza e a juventude, a busca da felicidade, do status, da realização dos desejos, do imediatismo e de tantas outras características que caracterizam esse momento, acabam construindo sujeitos implicados nesses modos de viver e significar a vida.
Em meio a tudo isso, está imbricada a infância, produtora de culturas infantis ricas, mas ao mesmo tempo, crianças que estão constituindo a sua estrutura psíquica, corporal... Crianças que influenciam e enriquecem os meios onde vivem, mas que principalmente são influenciadas pelo meio, por uma “cultura da mídia”. Onde o “ter” é mais importante que o “ser”, onde o consumir não se restringe somente ao consumo de bens materiais. Um consumo que produz significados e acaba os significando.
É preciso que enquanto educadores da infância, tenhamos um olhar muito atento nesse sentido. De modo que ajudemos a constituir sujeitos inteiros, movidos pela pulsão de vida. É preciso que ampliemos os repertórios de nossos pequenos, mostrando novos horizontes possíveis para além do consumo, do imediatismo, da falta, da lacuna.
 A infância precisa ser cuidada e olhada de maneira acolhedora, investida de significados permeados de amor e afeto, de modo que levemos os nossos “pequenos” a questionarem as verdades dadas e inquestionáveis. É preciso apreciar o belo, as nuances da vida.


 Penso que assim estaremos construindo uma sociedade com sujeitos mais livres, humanizados, com compreensão empática e principalmente com uma estrutura “egóica” mais fortalecida. Lutemos por uma sociedade mais iluminada e saudável!








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