quarta-feira, 17 de julho de 2019

Tecendo reflexões acerca da docência na educação infantil


Muitos desafios se impõe ao professor de educação infantil. Um deles é o encontro com esse lugar de ser professor de bebês e crianças bem pequenas e crianças pequenas. Um lugar novo, ainda em construção visto que a docência na educação infantil guarda especificidades que as diferem dos demais níveis de ensino. Conforme Barbosa (2016, p.132): “Uma docência que se caracteriza por ser indireta, por ser relacional, por não ministrar aulas, por não estar centradas em conteúdos disciplinares, por estar com as crianças e não controlando-as”.
As reflexões tecidas no Seminário Integrador VI foram relevantes no sentido de promover reflexões acerca deste tema, elucidando inúmeros questionamentos. Outro ponto crucial abordado foi o preconceito que, por veze, esses profissionais sofrem, pois por falta de entendimento de seu ofício e vital importância, o senso comum, considera que professores de educação infantil só brincam; só cuidam; considerando uma tarefa fácil uma vez que não tem grandes desafios...
Sendo assim, os professores da primeira etapa da educação básica precisam se empoderar de seu papel, de sua função primordial na sociedade. Para tanto, investir na formação continuada me parece ser fundamental.

Postagem refletida:
Referência:
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Três notas sobre a formação inicial e a docência na Educação Infantil. In:CANCIAN, Viviane Ache; GALINA, Simone Freitas da Silva; WESCHENFELDER, Noeli (orgs).  Pedagogia das infâncias, crianças e docências na educação infantil. Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica, 2016.


Reflexões sobre os modelos pedagógicos e epistemológicos


Compreender os modelos pedagógicos e epistemológicos foi uma aprendizagem fundamental na minha formação enquanto pedagoga. Nesse sentido, a interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob enfoque da Psicologia foi fundamental, ao apresentar-nos o Texto de Fernando Becker que com clareza e coerência nos apresentou os pressupostos.
As principais aprendizagens construídas foram as elencadas a seguir:
·                    Becker (2017) afirma que na Pedagogia Diretiva (Empirismo), existe a crença do “mito da transmissão do conhecimento”. Nessa visão, o sujeito é uma “tábula rasa”, uma folha em branco, não havendo nada no nosso intelecto que não tenha entrado lá, senão através dos sentidos. O sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou meio físico e social.  S ← O (modelo epistemológico)
O ensino e aprendizagem pólis dicotômico, onde o professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará A ← P  (modelo pedagógico).
·                    Já a Pedagogia Não Diretiva (Apriorismo), o professor é um facilitador (Carl Rogers). O aluno aprende por si mesmo, “laissez-faire”- deixar fazer.  Apriorismo, vem de a priori; aquilo que é posto antes como condição do que vem depois. Priorizam a bagagem hereditária. Nesse sentido, o homem já nasce com conhecimento que está programado na sua herança genética. S → O (modelo epistemológico).
O pólo de ensino é desautorizado e o de aprendizagem tornado absoluto. A → P (modelo pedagógico). É importante observar que este modelo reforça a lógica da exclusão, uma vez que trabalha na perspectiva do déficit herdado. Mais uma vez caímos nos pré-conceitos dos marginalizados, invisíveis, que mais uma vez serão colocados nesse papel.
· A Pedagogia Relacional (Construtivismo), professor e aluno determinam-se mutuamente. S ↔ O (modelo epistemológico). Piaget é o mentor de uma pedagogia relacional. Sendo assim, não se pode exagerar na importância da bagagem hereditária nem na importância do meio social.
O sujeito é  quem constrói seu conhecimento através das suas ações. Ele assimila novos saberes atraves de suas construções e esquemas prévios e os reconstrói, fazendo uma saber que é somente seu, uma produção sua. Desta forma assimila e acomoda.  A ↔ P (modelo pedagógico).

Postagem refletida:
Referência:
BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos.Acesso em: 17 de out. 2017. Disponível em:<http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/becker-epistemologias.pdf>


Reflexões acerca do Projeto Político Pedagógico


A disciplina “Organização do Ensino Fundamental” promoveu importantes reflexões acerca do PPP (Projeto Político Pedagógico). Para além de um documento que fica engavetado na escola, deve ser o retrato da mesma, sendo vivido diariamente por todos que ali que convivem. Um documento que é construído coletivamente, de maneira democrática.
Por meio dos esclarecimentos tecidos por Ilma Passos, pude transpor esses conhecimentos para meu dia a dia educativo. Assim, comecei a questionar o PPP do meu contexto educativo e analisar o proposto e o vivido. Importante disciplina na formação de pedagogos.

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Quem são os sujeitos da educação especial?


A interdisciplina “Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais” foi fundamental para alargar meu olhar sobre as lutas e conquistas das pessoas com deficiência. Por outro lado, ficou evidente, que há inúmeros desafios a serem vencidos.
Izabel Maior, esclarece no vídeo apresentado a deficiência não é o aspecto biológico, mas o resultado da interação entre essa pessoa e o conjunto da sociedade. A integração é um modo equivocado de conceber a pessoa com deficiência onde é feito de tudo para consertar a deficiência.
O esforço da integração recai somente na pessoa com deficiência que tem que se esforçar para se parecer como os demais. Nesse sentido, há um desequilíbrio das relações. O outro (deficiente) é o patológico, sendo ele o responsável pela sua integração. Finaliza evidenciando que a inclusão está relacionada com o modelo social, com direitos humanos, direito instrumental, direito a acessibilidade e autonomia.

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Projeto de Aprendizagem


A interdisciplinar “Projeto Pedagógico em Ação”, possibilitou a construção de importantes aprendizagens com destaque para o Projeto de Aprendizagem. Para além da teoria, vivenciamos na prática a elaboração de um, o que promoveu a construção de saberes relevantes.
Nesse sentido, desenvolvi junto as crianças o “Projeto: Sai da toca amigo!”. Por meio de observações iniciais que envolveram um acolhimento, olhar e escuta apurada frente os interesses dos “pequeninos”, a construção do mapa conceitual, até a elaboração do plano de ação, possibilitara a vivência de um projeto potente e desafiador para todos os envolvidos.
Portanto, ao longo daquele semestre realizei inúmeras aprendizagens significativas, sobretudo no que se refere a Projeto de Aprendizagem.

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Os desafios da avaliação na Educação infantil


Avaliação na educação infantil é um dos impasses enfrentados dos profissionais. Afinal, como avaliar bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas?  A interdisciplina “Organização do Ensino Fundamental”, teceu importantes saberes nesse sentido, auxiliando-nos a refletir sobre o tema em questão.
As contribuições proferidas por Jussara Hoffman foram valiosas pois trouxe para avaliação um olhar sensível e reflexivo.  Avaliar significa ter um olhar cuidadoso e apurado para o sujeito aprendente, no sentido de vê-lo de maneira global. Observar suas potencialidades, conquistas, dificuldades, angústias, perceber suas curiosidades bem como respeitar sua história de vida, sua cultura e modos de aprender.
Portanto, quando falamos em avaliação não podemos esquecer que ela vai além da avaliação da criança, propriamente dita. O professor deve avaliar seu trabalho, os caminhos que está seguindo, questionando-se permanente em busca de qualificar seu fazer educativo.

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O professor e sua relação dialógica com a pesquisa


É fato constatável que o professor é um eterno pesquisador. Um ofício que exige permanente estudo, reflexão, trocas e pesquisa permanente. Nesse sentido, o docente deve ver sentido em seu fazer, se auto questionar e avaliar constantemente, além de ter uma gratificação pelo saber. Conforme Freire (2006, p. 29):
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Assim sendo, ao longo desses anos, investi na formação continuada por meio de cursos, palestras, participação em congresso e seminários da área, além de ingressar no mestrado. Tudo isso, me provocou um olhar alargado e profundo do meu fazer docente bem como uma criticidade maior o que refletiu em minha prática enquanto professora e educação infantil.

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Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia- Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

O desenvolvimento da escrita acadêmica


Ao longo de todo o curso fomos preparadas para desenvolver a escrita, sobretudo a acadêmica. Através de diferentes proposições e, principalmente a construção paulatina do blog, pudemos refinar essa habilidade, através da reflexão, autocrítica e apontamentos realizados pelos docentes.
A oficina de produção textual, proposta pela professora Ivani de Souza Àvila foi outro momento rico pois pudemos vivenciar processos criativos de produção escrita, saindo de uma perspectiva de um “não saber” para uma abertura de possibilidades no mundo das palavras. Por fim, trago a potência dos textos, artigos científicos e livros lidos durante esses semestres e o quanto estes enriqueceram a minha escrita durante esses quatro anos.
Portanto, desenvolver a habilidade de escrever com clareza e coerência é imprescindível nos cursos de formação de professores. Nesse sentido, a equipe do PEAD, vêm auxiliando de maneira significativa para que seus alunos tenham êxito.


A Educação de Jovens e Adultos no Brasil


A interdisciplina “Educação de Jovens e Adultos no Brasil” foi enriquecedora. Apresentou os pressupostos dessa modalidade de ensino e seus desafios constantes. Além disso, de maneira detalhada, mostrou o perfil desses estudantes que se superam em histórias de vida marcadas por esforços contínuos.
A formação docente, especialmente para atender esse público, me parece fundamental, uma vez que são jovens e adultos. Não infantilizar, ter um olhar e uma escuta apurada para esses sujeitos, compreendendo-os de maneira global é outro ponto crucial. Investir esses alunos de desejo por aprender, confiar no seu potencial, propiciar a autoria de pensamento, respeitando suas modalidades de aprendizagem é imprescindível.

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A docência e seus desafios constantes


Os caminhos percorridos durante a graduação em pedagogia me fizeram refletir sobre diversos aspectos, provocaram mudanças na minha prática e permitiram a construção de novos conhecimentos. O ofício da docência é um desafio constante pois a cada dia nos deparamos com o novo, o inusitado, principalmente no cotidiano da educação infantil.
Provocar o encantamento nas crianças por conhecer o mundo, demanda que o próprio professor tenha alegria, e encantamento de ser e estar no mundo, de descobrir, de aprender, de estar com as crianças. Deste modo, promoverá propostas ricas e diversificadas com um forte componente lúdico.
A priorização das interações e brincadeiras, o faz de conta, a fantasia, o jogo simbólico. Incentivá-los, a gradativamente, a construírem sua autonomia nas atividades cotidianas, de modo que concebam o adulto como alguém que está ali para facilitar seu processo de aprendizagem, mas não fazer por ele. Olhar, escutar, para além do que está dado é um dos grandes desafios da docência na educação infantil.

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