terça-feira, 31 de julho de 2018

Desafios da docência

Um dos grandes desafios do professor é o de trabalhar para que seus alunos se autorizarem a criar, a inventar, a ser autor de sua própria história e, portanto, da sua aprendizagem. Nesse sentido, é fundamental propiciar momentos diversificados com uma infinidade de materiais para que os discentes inventem seus repertórios, sem a tarja do “certo ou errado”. Desta forma, criar espaços democráticos e com liberdade de pensamento e expressão é imprescindível para que os sujeitos da aprendizagem se tornem livres em nos seus modos de ser e agir no mundo.
Propostas ricas e diversificadas com um forte componente lúdico. A priorização das interações e brincadeiras, o faz de conta, a fantasia, o jogo simbólico. Do mesmo modo, incentivá-los, a gradativamente, a construírem sua autonomia nas atividades cotidianas, de modo que concebam o adulto como alguém que está ali para facilitar seu processo de aprendizagem, mas não fazer por ele.
Deixar em nossas crianças a marca do afeto, da escuta, do olhar diferenciado, da empatia é outro fator que considero relevante. Nesse sentido, o professor exerce um papel fundamental, de acolher as diferentes crianças e infâncias que chegam nas creches e pré-escolas, dentro das suas especificidades. Escutar as crianças dentro de seus anseios e necessidades, olhando-as a partir das suas singularidades, seus interesses, desejos me parece fundamental quando se quer construir uma educação de qualidade.

Avaliação


 Segundo Luckesi (2000, p. 11): “A prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Por si, a avaliação, como dissemos, é inclusiva e, por isso mesmo, democrática e amorosa."
Dessa forma, podemos afirmar que avaliar significa ter um olhar cuidadoso e apurado para o sujeito aprendente, no sentido de vê-lo de maneira global. Observar suas potencialidades, conquistas, dificuldades, angústias, perceber suas curiosidades bem como respeitar sua história de vida, sua cultura e modos de aprender.
Quando falamos em avaliação não podemos esquecer que ela vai além da avaliação do aluno, propriamente dita. O professor deve avaliar seu trabalho, os caminhos que está seguindo, questionando-se permanente em busca de qualificar seu fazer educativo. 
Na minha prática enquanto professora de educação infantil procuro levar em considerações os diferentes aspectos elencados ao avaliar cada criança, levando em consideração sua individualidade e particularidades. Afinal, a avaliação é um ato sensível e reflexivo.


Referência:

CIPRIANO, Luckesi. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Revista Pátio, ano 3, nº11, p. 11,  2000.


O trabalho na EJA


Quando trabalhamos com a educação de jovens e adultos enfrentamos inúmeros desafios e alguns pontos são fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem. Levar em consideração a realidade do aluno da EJA, suas vivências e experiências, não o infantilizando me parece ser uma atitude fundamental para uma boa prática pedagógica.
 Esses estudantes, em geral, são pessoas que não puderam estudar em tempo hábil, por inúmeros impedimentos. Pessoas trabalhadoras e com um histórico de dificuldades. Procuram essa modalidade de ensino na busca de aprendizado, a certificação escolar e principalmente para uma melhor inserção no mercado de trabalho.
Conciliar os estudos ao trabalho é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos alunos da EJA. Em alguns casos, atrelados a dificuldade de aprendizagem, baixa auto- estima, muitos acabam desistindo da jornada escolar. Apenas trazem bagagens diferenciadas, bem como modos de ver, ser e estar no mundo singulares. Nesse sentido, o olhar, a escuta e a sensibilidade do professor é imprescindível.

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Piaget e Vigotsky: semelhanças e diferenças


Tanto Piaget quanto Vigotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre seu ambiente. Todavia, suas teorias guardam algumas especificidades que as tipificam como únicas, apesar de se complementarem em muitos aspectos.
No que se refere aos fatores internos e externos do desenvolvimento, Piaget, privilegia a maturação biológica. Os fatores internos preponderam sobre os externos e o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.
Acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com estado de desenvolvimento em que se encontra. Sendo assim, o conhecimento se constrói do individual para o social (de dentro para fora)
A visão particular e peculiar (egocêntrica) que a criança tem do mundo, vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada e objetiva. A aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Minimiza o papel da interação social.
O pensamento aparece antes da linguagem que é apenas de suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório motores e não da linguagem.  Dessa forma, a linguagem só pode ocorrer depois que a criança alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se aos processos de pensamento.
Vigotsky privilegia o ambiente social. Nesse sentido, variando o ambiente, o desenvolvimento também variará. É contrário a uma visão única e universal do desenvolvimento humano.
Desta forma, a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. Assim, a construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Procede do social para o individual ao longo do desenvolvimento. Acredita que o desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, quanto mais aprendizagem mais desenvolvimento.
Concebe o pensamento e a linguagem como processos interdependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação.
Portanto, em sua teoria, a linguagem sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.



quarta-feira, 4 de julho de 2018

A Educação de Jovens e Adultos no Brasil



A Educação de Jovens e Adultos é um tema que gera muitas discussões tamanha sua relevância.  De acordo com Pierro (2005), no final dos anos 40 do século passado foram implementadas as primeiras políticas públicas nacionais de educação escolar para adultos que se disseminaram por todo território brasileiro.  Desde então, essa modalidade passou por uma série de implementações, construções e reconstruções, que por vezes acabaram prejudicando a educação brasileira.
O Brasil, país emergente, possui um elevado índice de jovens e adultos que não passaram pelo processo de escolarização formal. Apesar da lei assegurar que a educação básica é um direito de todos, em qualquer idade, é grande o número de cidadãos que sequer tiveram a oportunidade de serem alfabetizados.
Desta forma, a alfabetização e a elevação da escolaridade tornou-se um grande desafio no âmbito nacional. Sem contar com políticas públicas e educacionais eficazes, ficamos muitas vezes no nível da superficialidade dos discursos não chegando a concretizá-los efetivamente.

Referência:

PIERRO, Maria Clara Di.  Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 92, p. 1115-1139, Especial - Out. 2005

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