segunda-feira, 30 de julho de 2018

Piaget e Vigotsky: semelhanças e diferenças


Tanto Piaget quanto Vigotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre seu ambiente. Todavia, suas teorias guardam algumas especificidades que as tipificam como únicas, apesar de se complementarem em muitos aspectos.
No que se refere aos fatores internos e externos do desenvolvimento, Piaget, privilegia a maturação biológica. Os fatores internos preponderam sobre os externos e o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.
Acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com estado de desenvolvimento em que se encontra. Sendo assim, o conhecimento se constrói do individual para o social (de dentro para fora)
A visão particular e peculiar (egocêntrica) que a criança tem do mundo, vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada e objetiva. A aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Minimiza o papel da interação social.
O pensamento aparece antes da linguagem que é apenas de suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório motores e não da linguagem.  Dessa forma, a linguagem só pode ocorrer depois que a criança alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se aos processos de pensamento.
Vigotsky privilegia o ambiente social. Nesse sentido, variando o ambiente, o desenvolvimento também variará. É contrário a uma visão única e universal do desenvolvimento humano.
Desta forma, a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. Assim, a construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Procede do social para o individual ao longo do desenvolvimento. Acredita que o desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, quanto mais aprendizagem mais desenvolvimento.
Concebe o pensamento e a linguagem como processos interdependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação.
Portanto, em sua teoria, a linguagem sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.



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