domingo, 16 de julho de 2017

Os órgãos colegiados e a gestão democrática: o Conselho Escolar


O conselho escolar é um órgão colegiado de profunda importância dentro da escola, se de fato queremos uma gestão democrática, visando a melhoria na qualidade da educação. Conforme prevê o art. 205, inciso VII da Constituição Federal de 1988, um dos princípios do ensino é a gestão democrática do ensino público.
Através conselho, que é escolhido por meio de eleição, a comunidade é convidada a tomar frente juntamente com os membros da escola (professores, funcionários, equipe diretiva, alunos) nas decisões e prioridades. Sendo assim, metade dos membros é composta por indivíduos da comunidade e a outra metade por sujeitos que trabalham na escola.
As funções dos conselheiros são: deliberativa, consultiva, fiscalizadora, mobilizadora e pedagógica. Com estatuto próprio, os conselhos escolares promovem que há cada dois anos os membros possam ser substituídos.
Conforme coloquei na entrevista, na minha escola não possuímos um conselho escolar. Todavia possuímos um APEMEM e foi justamente a presidente deste segmento que entrevistei.
Na entrevista ficou constatada uma triste realidade: a comunidade não está interessada em participar dos momentos decisão na escola, muito menos de se inteirar sobre os assuntos acerca da qualidade do ensino. Assim, a escola ainda é vista por algumas famílias sob um viés assistencialista. Segundo Galina e Carbello, 2017, p.6):

Queremos assim ilustrar que a escola tem sido um espaço de muitas contradições. Há todo um discurso democrático e de inserção da comunidade no processo decisório, mas ainda não foram criadas condições para que essa prática se efetive. A partir da década de 90, a escola adotou a gestão democrática e passou a estimular a formação das instâncias colegiadas com a participação da comunidade, o que não significa que tenham sido dadas condições concretas de exercício e de participação. Sendo assim, a escola deixa de cumprir sua função precípua, que é formar o cidadão consciente e oferecer-lhe instrumentos para transformar as relações sociais e o meio em que vive. Essa finalidade seria possível de ser atingida com a conquista da gestão democrática.

Portanto, a efetivação da gestão democrática, é uma caminhada que leva tempo e demanda paciência e dedicação. Todavia, não podemos desistir. É preciso continuar acreditando e lutando por esse ideal fundamental.


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 15 jul. 2017.
CARBELLO, Sandra Regina Cassol, GALINA, Irene de Fátima. Instâncias colegiadas: espaços de participação na gestão democrática da escola pública. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1090-4.pdf. Acesso em 15 jul. 2017.







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