Jamil Cury afirma que "Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos
retrocessos".
Assistir
a aula inaugural da FACED 2017/1, ministrada pelo brilhante Jamil Cury foi
esclarecedora, me permitindo um mergulho profundo pela história da educação.
Concordo com ele ao referir que mexer na LDBEN é abrir o campo para novos
retrocessos.
Digo
isso, pois, conforme exposto ao longo do vídeo a construção da LDB foi uma
conquista difícil, morosa e extremamente complexa. Desconstituir essa escrita
potente, através de medida provisória, propondo a Reforma do Ensino Médio é uma
forma de propagar as desigualdades sociais.
A
reforma curricular do Ensino Médio é um extremo retrocesso, sendo obrigatório
somente as disciplinas de português s e matemática, levando os alunos a optarem
por diferentes áreas de concentração das mais acadêmicas as voltadas para o
mercado de trabalho.
Disciplinas,
como Artes, História, Sociologia e Filosofia, que ao meu ver, são
importantíssimas para o desenvolvimento de alunos críticos e pensantes são
deixadas de lado. Outro aspecto a ser levantado é de questionarmos as condições
que pessoas tão jovens têm de tomar decisões tão importantes que podem afetar
seu futuro drasticamente. Não seria essa mais uma forma de alavancarmos as
desigualdades sociais? De segregarmos indivíduos?
Parece-me
que retrocedemos a constituição de 1824, onde a educação era colocada como um
direito gratuito, do liberal, mas, ao mesmo tempo, calcada na escravatura.
Abre-se, novamente a dupla rede como colocou Cury- uma que conduz a formação de
elite e outra que conduz a informalidade ou no máximo a educação profissional.
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