O
projeto político pedagógico é um documento importantíssimo na escola. Nele
estão contidas a proposta da escola, suas concepções, seu histórico, a
contextualização dentre outros aspectos. Dessa forma, podemos afirmar que o PPP
é o retrato da escola.
A
legislação propõe aos profissionais da educação a elaborarem seus documentos de
maneira coletiva, a partir de uma perspectiva democrática. Assim, todos são
convidados a participarem desde a sua concepção, até execução e avaliação.
Segundo a professora Ilma Passos, especialista no assunto,
o PPP possui quatro grandes objetivos: a identificação, a inovação, a
politização e a avaliação. Nesse sentido, o Projeto deve gerar a identidade da
escola; deve inovar, saindo de uma perspectiva controladora e transmissora de conhecimentos, assumindo um papel politizador além de avaliador a partir do momento que desenvolve a
capacidade de se auto avaliar.
O
exercício da docência nos exige uma postura de reflexão, estudo e pesquisa
contínua. É necessário que exista uma gratificação pelo saber, não só do aluno
como também do professor, que a priori
deveria ser um eterno pesquisador e consequentemente um eterno aprendente.
Dessa
forma, um professor que reproduz um sistema educacional tradicional não se
autoriza a pensar, pois como bem pontua Freire (2006, p. 29):
Não há
ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no
corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque
busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o
que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Dessa
maneira, afirmo que todo o processo de aprendizagem exige um esforço de ambas
as partes, já que acredito em uma Pedagogia Relacional, marcada pelo ir e vir
entre sujeito e objeto.
Esforço
esse que provoca modificações nos nossos modos de ser, de estar e de perceber o
mundo a nossa volta. A aprendizagem, sem dúvida, nos modifica por inteiro,
formando novas teias de conhecimentos num processo inacabado e infinito ao
longo de nossa existência.
REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Autonomia- Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 1996.
Uma
escola democrática, para além da eleição de diretores, caracteriza-se por ser
um espaço onde as relações interpessoais acontecem de forma saudável. A
convivência entre os membros se dá de forma respeitosa, horizontal e
democrática.
Nesse
sentido, podemos afirmar que a educação só se faz se for democrática. Uma das tarefas
primordiais da escola é criar situações que promovam o interesse, a curiosidade
e o encantamento dos alunos pelo conhecimento, de modo que aos poucos, vão reconstruindo
seus saberes e ampliando horizontes.
A
relação entre aluno e professor deve ser permeada pelo respeito as
singularidades e modalidades de aprender. Do mesmo modo, os docentes devem ter um olhar e uma escuta
apurados, no sentido de enxergar o discente de maneira global, principalmente quando trabalhamos
com bebês e crianças bem pequenas.
Os
órgãos colegiados garantem a efetiva participação de todos e descentralizam o
poder das mãos do diretor. Com isso, abre-se espaço para o debate, para
discussão e questionamento, visando a melhoria da qualidade da educação.
Realizar
a análise dos blogs foi uma tarefa de retomada das aprendizagens que demandou
tempo, dedicação, análise e reflexão. Das aprendizagens que obtive realizando
esse trabalho, trago a importância da reflexão na construção de textos.
A
reflexão, a revisão, a reconstrução e a relação entre teoria e prática é
fundamental nas postagens do blog/portfólio. Para além, de uma simples
atividade, o blog deve ser um momento de retomada do que foi aprendido, de
rever nossa prática, visando uma melhoria no nosso fazer docente.
Outro
aspecto relevante é pensarmos sobre que tipo de texto que estamos elaborando:
se é descritivo, questionador, reflexivo ou outra categoria. A maneira como
escrevemos, a finalidade e o conteúdo que abordamos é fundamental para a
elaboração de postagens relevantes e de boa qualidade, o que gerará interesse
ao leitor.
As relações horizontais contribuem para
institucionalizar uma cultura organizacional democrática pois há uma
descentralização do poder e da figura do diretor. Nesse sentido, as decisões são
tomadas de maneira compartilhada, visando o bem-estar social. Assim, cria-se
uma relação de respeito, solidariedade e escuta aos diferentes participantes do
meio escolar, a partir de um princípio democrático.
O gestor escolar tem um papel
decisório na gestão democrática. É ele que exercerá a função de liderança,
propondo estratégias para qualificar o bom andamento da instituição escolar.
Todavia, necessita desenvolver a empatia e a escuta, partindo de uma relação
horizontal.
Para a escola organizar e
garantir a elaboração coletiva e a implementação do PPP e do Regimento Escolar
pode-se propor momentos de reunião com os pais, professores e funcionários. Dessa maneira, todos terão a oportunidade de participar.
Flexibilizar esses momentos
também é importante no sentido de adequar aos horários das famílias, garantindo
uma maior participação. Dessa forma, em conjunto, podem analisar a realidade escolar, definir prioridades e construir a identidade da escola.
Uma gestão democrática favorece a
aprendizagem escolar e o desenvolvimento dos alunos na medida em que apresenta
um olhar diferenciado e individualizado para cada aluno, escutando-os,
respeitando seus conhecimentos, promovendo a cidadania.
A
Experiência de realizar o projeto de aprendizagem: “Sai da toca amigo!”, foi
fantástica! Tanto foi o interesse e a motivação das crianças que o mesmo terá
continuidade no segundo semestre quando retornarmos do recesso escolar.
A cada
novo dia os “pequenos” descobriam novas possibilidades no pátio da escola e
também ao seu redor, que conta com um espaço verde belíssimo. Com isso, o tema
não se esgotava e as crianças- curiosas e pesquisadoras natas- davam vitalidade
a nossa pesquisa.
Um
momento único e de grande aprendizagem para os alunos e para mim, enquanto
professora. Além do que as aulas e o aporte teórico dado pelas professoras
forem de grande valia para fundamentar minha prática, promovendo momentos de
reflexão e análise.
Das
etapas que se seguiram para a composição e realização do projeto (metas),
destaco a importância do professor, em especial o de educação infantil que
trabalha com bebês e crianças bem pequenas, estar atento aos sinais, que muitas
vezes não são verbais mas acontecem nas brincadeiras ou outros momentos da vida
cotidiana, que a criança dá.
Serão
justamente esses sinais, que indicarão os interesses de investigação dos “pequeninos”.
Nesse sentido, o olhar e a escuta cuidadosa é uma capacidade que os docentes
devem aperfeiçoar ao longo de sua trajetória, pois isso denota respeito aos
interesses do educando e a sua bagagem de conhecimentos.
Sem
dúvidas, o projeto de aprendizagem é uma excelente metodologia de ação
pedagógica pois conforme coloca Fagundes (2006, p.30):
O desenvolvimento de um
projeto de aprendizagem consiste na busca por informações que esclareçam as
indagações de um sujeito sobre a sua realidade. Essas indagações se manifestam
por inquietações advindas de suas vivências e necessidades em conhecer e
explicar o mundo. O objetivo é o desenvolvimento de um processo de aprendizagem
que alcance a construção de novos conhecimentos, em que o aprendiz possa
sistematizar informações ampliando sua rede de significações, possa
reestruturar o raciocínio lógico sobre os novos significados enquanto elabora
sínteses de respostas descritivas e explicativas para sua curiosidade.
REFERÊNCIA
FAGUNDES,
Léa da Cruz et al. Projetos de
aprendizagem uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista
Brasileira de Informática na Educação Volume 14 - Número 1 - Janeiro a Abril de
2006
O
conselho escolar é um órgão colegiado de profunda importância dentro da escola,
se de fato queremos uma gestão democrática, visando a melhoria na qualidade da
educação. Conforme prevê o art. 205, inciso VII da Constituição Federal de 1988,
um dos princípios do ensino é a gestão democrática do ensino público.
Através
conselho, que é escolhido por meio de eleição, a comunidade é convidada a tomar
frente juntamente com os membros da escola (professores, funcionários, equipe
diretiva, alunos) nas decisões e prioridades. Sendo assim, metade dos membros é
composta por indivíduos da comunidade e a outra metade por sujeitos que
trabalham na escola.
As
funções dos conselheiros são: deliberativa, consultiva, fiscalizadora,
mobilizadora e pedagógica. Com estatuto próprio, os conselhos escolares
promovem que há cada dois anos os membros possam ser substituídos.
Conforme
coloquei na entrevista, na minha escola não possuímos um conselho escolar. Todavia
possuímos um APEMEM e foi justamente a presidente deste segmento que
entrevistei.
Na
entrevista ficou constatada uma triste realidade: a comunidade não está
interessada em participar dos momentos decisão na escola, muito menos de se
inteirar sobre os assuntos acerca da qualidade do ensino. Assim, a escola ainda
é vista por algumas famílias sob um viés assistencialista. Segundo Galina e
Carbello, 2017, p.6):
Queremos
assim ilustrar que a escola tem sido um espaço de muitas contradições. Há todo
um discurso democrático e de inserção da comunidade no processo decisório, mas
ainda não foram criadas condições para que essa prática se efetive. A partir da
década de 90, a escola adotou a gestão democrática e passou a estimular a
formação das instâncias colegiadas com a participação da comunidade, o que não
significa que tenham sido dadas condições concretas de exercício e de
participação. Sendo assim, a escola deixa de cumprir sua função precípua, que é
formar o cidadão consciente e oferecer-lhe instrumentos para transformar as
relações sociais e o meio em que vive. Essa finalidade seria possível de ser
atingida com a conquista da gestão democrática.
Portanto,
a efetivação da gestão democrática, é uma caminhada que leva tempo e demanda
paciência e dedicação. Todavia, não podemos desistir. É preciso continuar
acreditando e lutando por esse ideal fundamental.
REFERÊNCIAS:
BRASIL.
Constituição da República Federativa do
Brasil (1988). Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 15 jul. 2017.
Jamil Cury afirma que "Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos
retrocessos".
Assistir
a aula inaugural da FACED 2017/1, ministrada pelo brilhante Jamil Cury foi
esclarecedora, me permitindo um mergulho profundo pela história da educação.
Concordo com ele ao referir que mexer na LDBEN é abrir o campo para novos
retrocessos.
Digo
isso, pois, conforme exposto ao longo do vídeo a construção da LDB foi uma
conquista difícil, morosa e extremamente complexa. Desconstituir essa escrita
potente, através de medida provisória, propondo a Reforma do Ensino Médio é uma
forma de propagar as desigualdades sociais.
A
reforma curricular do Ensino Médio é um extremo retrocesso, sendo obrigatório
somente as disciplinas de português s e matemática, levando os alunos a optarem
por diferentes áreas de concentração das mais acadêmicas as voltadas para o
mercado de trabalho.
Disciplinas,
como Artes, História, Sociologia e Filosofia, que ao meu ver, são
importantíssimas para o desenvolvimento de alunos críticos e pensantes são
deixadas de lado. Outro aspecto a ser levantado é de questionarmos as condições
que pessoas tão jovens têm de tomar decisões tão importantes que podem afetar
seu futuro drasticamente. Não seria essa mais uma forma de alavancarmos as
desigualdades sociais? De segregarmos indivíduos?
Parece-me
que retrocedemos a constituição de 1824, onde a educação era colocada como um
direito gratuito, do liberal, mas, ao mesmo tempo, calcada na escravatura.
Abre-se, novamente a dupla rede como colocou Cury- uma que conduz a formação de
elite e outra que conduz a informalidade ou no máximo a educação profissional.
O
dia vinte e sete de junho desse ano, foi marcado pela concretização de um
sonho: minha aprovação no MESTRADO da UFRGS. Sim, sou a mais nova mestranda da
linha de Infâncias. É tanta alegria que não cabe no peito! Descrever o que
estou sentindo é muito difícil: um misto de felicidade e euforia!
É muito bom
olhar para trás e perceber que todo o esforço, horas de estudos e muita
dedicação renderam em bons frutos. A minha amada orientadora Maria Carmen
Silveira Barbosa fica
meu agradecimento pela oportunidade de ser sua orientanda! Tenho certeza
que trilharemos uma belíssima caminhada juntas!
Deixo registrado
aqui, minha gratidão a todos meus familiares que sempre me apoiaram, especialmente,
ao meu marido Rafael e minha mãe Vera Regina. E, é claro que
dedico essa vitória aos meus queridos avós Ary e Therezinha que lá do céu
acompanham e guiam meus passos...
Agora posso dizer com muito orgulho: SOU
MESTRANDA DA UFRGS E SOU NOTA 10!!!
Para
falar de avaliação na educação infantil, não poderia deixar de citar a Jussara
Hoffmann- referência sobre o tema. Por essa razão início esse texto,
com uma fala proferida por ela, no vídeo abaixo: “ No que se refere às
crianças, a avaliação deve permitir que elas acompanhem suas conquistas, suas
dificuldades e suas possibilidades ao longo do seu processo de aprendizagem”.
Dessa
forma, podemos afirmar que avaliar significa ter um olhar cuidadoso e apurado
para o sujeito aprendente, no sentido de vê-lo de maneira global. Observar suas
potencialidades, conquistas, dificuldades, angústias, perceber suas
curiosidades bem como respeitar sua história de vida, sua cultura e modos de
aprender.
Quando
falamos em avaliação não podemos esquecer que ela vai além da avaliação do
aluno, propriamente dita. O professor deve avaliar seu trabalho, os caminhos
que está seguindo, questionando-se permanente em busca de qualificar seu fazer
educativo.
Conforme
Hoffman coloca no vídeo apresentado, para o professor a avaliação “ é seu ponto
de parada, é o seu modo de escuta, dele e das crianças. O que eu quero? O que
estou fazendo? Com quem? De que jeito? Quem precisa mais de mim? Que tempo
estou oferecendo? Para que lados posso ir? ”
Desse
modo, procuro levar em considerações os diferentes aspectos elencados ao
avaliar cada criança, levando em consideração sua individualidade e
particularidades. Afinal, a avaliação é um ato sensível e reflexivo.