domingo, 16 de julho de 2017

Projeto Político Pedagógico


O projeto político pedagógico é um documento importantíssimo na escola. Nele estão contidas a proposta da escola, suas concepções, seu histórico, a contextualização dentre outros aspectos. Dessa forma, podemos afirmar que o PPP é o retrato da escola.
A legislação propõe aos profissionais da educação a elaborarem seus documentos de maneira coletiva, a partir de uma perspectiva democrática. Assim, todos são convidados a participarem desde a sua concepção, até execução e avaliação.
Segundo  a professora Ilma Passos, especialista no assunto, o PPP possui quatro grandes objetivos: a identificação, a inovação, a politização e a avaliação. Nesse sentido, o Projeto deve gerar a identidade da escola; deve inovar, saindo de uma perspectiva controladora e transmissora de conhecimentos, assumindo um papel politizador além de avaliador a partir do momento que desenvolve a capacidade de se auto avaliar.



O professor é um eterno pesquisador


O exercício da docência nos exige uma postura de reflexão, estudo e pesquisa contínua. É necessário que exista uma gratificação pelo saber, não só do aluno como também do professor, que a priori deveria ser um eterno pesquisador e consequentemente um eterno aprendente.
Dessa forma, um professor que reproduz um sistema educacional tradicional não se autoriza a pensar, pois como bem pontua Freire (2006, p. 29):

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

Dessa maneira, afirmo que todo o processo de aprendizagem exige um esforço de ambas as partes, já que acredito em uma Pedagogia Relacional, marcada pelo ir e vir entre sujeito e objeto.
Esforço esse que provoca modificações nos nossos modos de ser, de estar e de perceber o mundo a nossa volta. A aprendizagem, sem dúvida, nos modifica por inteiro, formando novas teias de conhecimentos num processo inacabado e infinito ao longo de nossa existência.

REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia- Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.






Lutemos por uma escola democrática



Uma escola democrática, para além da eleição de diretores, caracteriza-se por ser um espaço onde as relações interpessoais acontecem de forma saudável. A convivência entre os membros se dá de forma respeitosa, horizontal e democrática.
Nesse sentido, podemos afirmar que a educação só se faz se for democrática. Uma das tarefas primordiais da escola é criar situações que promovam o interesse, a curiosidade e o encantamento dos alunos pelo conhecimento, de modo que aos poucos, vão reconstruindo seus saberes e ampliando horizontes.
A relação entre aluno e professor deve ser permeada pelo respeito as singularidades e modalidades de aprender. Do mesmo modo, os docentes devem ter um olhar e  uma escuta apurados, no sentido de enxergar o discente de maneira global, principalmente quando trabalhamos com bebês e crianças bem pequenas.
Os órgãos colegiados garantem a efetiva participação de todos e descentralizam o poder das mãos do diretor. Com isso, abre-se espaço para o debate, para discussão e questionamento, visando a melhoria da qualidade da educação.








Analisando blogs/ portfólios

Realizar a análise dos blogs foi uma tarefa de retomada das aprendizagens que demandou tempo, dedicação, análise e reflexão. Das aprendizagens que obtive realizando esse trabalho, trago a importância da reflexão na construção de textos.
A reflexão, a revisão, a reconstrução e a relação entre teoria e prática é fundamental nas postagens do blog/portfólio. Para além, de uma simples atividade, o blog deve ser um momento de retomada do que foi aprendido, de rever nossa prática, visando uma melhoria no nosso fazer docente.
Outro aspecto relevante é pensarmos sobre que tipo de texto que estamos elaborando: se é descritivo, questionador, reflexivo ou outra categoria. A maneira como escrevemos, a finalidade e o conteúdo que abordamos é fundamental para a elaboração de postagens relevantes e de boa qualidade, o que gerará interesse ao leitor.

Sobre a gestão democrática


As relações horizontais contribuem para institucionalizar uma cultura organizacional democrática pois há uma descentralização do poder e da figura do diretor. Nesse sentido, as decisões são tomadas de maneira compartilhada, visando o bem-estar social. Assim, cria-se uma relação de respeito, solidariedade e escuta aos diferentes participantes do meio escolar, a partir de um princípio democrático.
 O gestor escolar tem um papel decisório na gestão democrática. É ele que exercerá a função de liderança, propondo estratégias para qualificar o bom andamento da instituição escolar. Todavia, necessita desenvolver a empatia e a escuta, partindo de uma relação horizontal.
 Para a escola organizar e garantir a elaboração coletiva e a implementação do PPP e do Regimento Escolar pode-se propor momentos de reunião com os pais, professores e funcionários. Dessa maneira, todos terão a oportunidade de participar.
 Flexibilizar esses momentos também é importante no sentido de adequar aos horários das famílias, garantindo uma maior participação. Dessa forma, em conjunto, podem analisar a realidade escolar, definir prioridades e construir a identidade da escola.
 Uma gestão democrática favorece a aprendizagem escolar e o desenvolvimento dos alunos na medida em que apresenta um olhar diferenciado e individualizado para cada aluno, escutando-os, respeitando seus conhecimentos, promovendo a cidadania. 


E, o Projeto Sai da "Toca amigo!" continuará no segundo semestre...

A Experiência de realizar o projeto de aprendizagem: “Sai da toca amigo!”, foi fantástica! Tanto foi o interesse e a motivação das crianças que o mesmo terá continuidade no segundo semestre quando retornarmos do recesso escolar.
A cada novo dia os “pequenos” descobriam novas possibilidades no pátio da escola e também ao seu redor, que conta com um espaço verde belíssimo. Com isso, o tema não se esgotava e as crianças- curiosas e pesquisadoras natas- davam vitalidade a nossa pesquisa.
Um momento único e de grande aprendizagem para os alunos e para mim, enquanto professora. Além do que as aulas e o aporte teórico dado pelas professoras forem de grande valia para fundamentar minha prática, promovendo momentos de reflexão e análise.
Das etapas que se seguiram para a composição e realização do projeto (metas), destaco a importância do professor, em especial o de educação infantil que trabalha com bebês e crianças bem pequenas, estar atento aos sinais, que muitas vezes não são verbais mas acontecem nas brincadeiras ou outros momentos da vida cotidiana, que a criança dá.
Serão justamente esses sinais, que indicarão os interesses de investigação dos “pequeninos”. Nesse sentido, o olhar e a escuta cuidadosa é uma capacidade que os docentes devem aperfeiçoar ao longo de sua trajetória, pois isso denota respeito aos interesses do educando e a sua bagagem de conhecimentos.
Sem dúvidas, o projeto de aprendizagem é uma excelente metodologia de ação pedagógica pois conforme coloca Fagundes (2006, p.30):
O desenvolvimento de um projeto de aprendizagem consiste na busca por informações que esclareçam as indagações de um sujeito sobre a sua realidade. Essas indagações se manifestam por inquietações advindas de suas vivências e necessidades em conhecer e explicar o mundo. O objetivo é o desenvolvimento de um processo de aprendizagem que alcance a construção de novos conhecimentos, em que o aprendiz possa sistematizar informações ampliando sua rede de significações, possa reestruturar o raciocínio lógico sobre os novos significados enquanto elabora sínteses de respostas descritivas e explicativas para sua curiosidade.


REFERÊNCIA

FAGUNDES, Léa da Cruz et al. Projetos de aprendizagem uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista Brasileira de Informática na Educação Volume 14 - Número 1 - Janeiro a Abril de 2006

  


Os órgãos colegiados e a gestão democrática: o Conselho Escolar


O conselho escolar é um órgão colegiado de profunda importância dentro da escola, se de fato queremos uma gestão democrática, visando a melhoria na qualidade da educação. Conforme prevê o art. 205, inciso VII da Constituição Federal de 1988, um dos princípios do ensino é a gestão democrática do ensino público.
Através conselho, que é escolhido por meio de eleição, a comunidade é convidada a tomar frente juntamente com os membros da escola (professores, funcionários, equipe diretiva, alunos) nas decisões e prioridades. Sendo assim, metade dos membros é composta por indivíduos da comunidade e a outra metade por sujeitos que trabalham na escola.
As funções dos conselheiros são: deliberativa, consultiva, fiscalizadora, mobilizadora e pedagógica. Com estatuto próprio, os conselhos escolares promovem que há cada dois anos os membros possam ser substituídos.
Conforme coloquei na entrevista, na minha escola não possuímos um conselho escolar. Todavia possuímos um APEMEM e foi justamente a presidente deste segmento que entrevistei.
Na entrevista ficou constatada uma triste realidade: a comunidade não está interessada em participar dos momentos decisão na escola, muito menos de se inteirar sobre os assuntos acerca da qualidade do ensino. Assim, a escola ainda é vista por algumas famílias sob um viés assistencialista. Segundo Galina e Carbello, 2017, p.6):

Queremos assim ilustrar que a escola tem sido um espaço de muitas contradições. Há todo um discurso democrático e de inserção da comunidade no processo decisório, mas ainda não foram criadas condições para que essa prática se efetive. A partir da década de 90, a escola adotou a gestão democrática e passou a estimular a formação das instâncias colegiadas com a participação da comunidade, o que não significa que tenham sido dadas condições concretas de exercício e de participação. Sendo assim, a escola deixa de cumprir sua função precípua, que é formar o cidadão consciente e oferecer-lhe instrumentos para transformar as relações sociais e o meio em que vive. Essa finalidade seria possível de ser atingida com a conquista da gestão democrática.

Portanto, a efetivação da gestão democrática, é uma caminhada que leva tempo e demanda paciência e dedicação. Todavia, não podemos desistir. É preciso continuar acreditando e lutando por esse ideal fundamental.


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 15 jul. 2017.
CARBELLO, Sandra Regina Cassol, GALINA, Irene de Fátima. Instâncias colegiadas: espaços de participação na gestão democrática da escola pública. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1090-4.pdf. Acesso em 15 jul. 2017.







sexta-feira, 14 de julho de 2017

Mexer na LDB é abrir o campo para novos retrocessos...

Jamil Cury afirma que "Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos".





Assistir a aula inaugural da FACED 2017/1, ministrada pelo brilhante Jamil Cury foi esclarecedora, me permitindo um mergulho profundo pela história da educação. Concordo com ele ao referir que mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos.
Digo isso, pois, conforme exposto ao longo do vídeo a construção da LDB foi uma conquista difícil, morosa e extremamente complexa. Desconstituir essa escrita potente, através de medida provisória, propondo a Reforma do Ensino Médio é uma forma de propagar as desigualdades sociais.
A reforma curricular do Ensino Médio é um extremo retrocesso, sendo obrigatório somente as disciplinas de português s e matemática, levando os alunos a optarem por diferentes áreas de concentração das mais acadêmicas as voltadas para o mercado de trabalho.
Disciplinas, como Artes, História, Sociologia e Filosofia, que ao meu ver, são importantíssimas para o desenvolvimento de alunos críticos e pensantes são deixadas de lado. Outro aspecto a ser levantado é de questionarmos as condições que pessoas tão jovens têm de tomar decisões tão importantes que podem afetar seu futuro drasticamente. Não seria essa mais uma forma de alavancarmos as desigualdades sociais? De segregarmos indivíduos?
Parece-me que retrocedemos a constituição de 1824, onde a educação era colocada como um direito gratuito, do liberal, mas, ao mesmo tempo, calcada na escravatura. Abre-se, novamente a dupla rede como colocou Cury- uma que conduz a formação de elite e outra que conduz a informalidade ou no máximo a educação profissional.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Minha aprovação no MESTRADO da UFRGS!!!

O dia vinte e sete de junho desse ano, foi marcado pela concretização de um sonho: minha aprovação no MESTRADO da UFRGS. Sim, sou a mais nova mestranda da linha de Infâncias. É tanta alegria que não cabe no peito! Descrever o que estou sentindo é muito difícil: um misto de felicidade e euforia!
É muito bom olhar para trás e perceber que todo o esforço, horas de estudos e muita dedicação renderam em bons frutos. A minha amada orientadora Maria Carmen Silveira Barbosa fica meu agradecimento pela oportunidade de ser sua orientanda! Tenho certeza que trilharemos uma belíssima caminhada juntas!
Deixo registrado aqui, minha gratidão a todos meus familiares que sempre me apoiaram, especialmente, ao meu marido Rafael e minha mãe Vera Regina. E, é claro que dedico essa vitória aos meus queridos avós Ary e Therezinha que lá do céu acompanham e guiam meus passos...

Agora posso dizer com muito orgulho: SOU MESTRANDA DA UFRGS E SOU NOTA 10!!!




quarta-feira, 12 de julho de 2017

Avaliação na Educação Infantil


Para falar de avaliação na educação infantil, não poderia deixar de citar a Jussara Hoffmann- referência sobre o tema. Por essa razão início esse texto, com uma fala proferida por ela, no vídeo abaixo: “ No que se refere às crianças, a avaliação deve permitir que elas acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades ao longo do seu processo de aprendizagem”.
Dessa forma, podemos afirmar que avaliar significa ter um olhar cuidadoso e apurado para o sujeito aprendente, no sentido de vê-lo de maneira global. Observar suas potencialidades, conquistas, dificuldades, angústias, perceber suas curiosidades bem como respeitar sua história de vida, sua cultura e modos de aprender.
Quando falamos em avaliação não podemos esquecer que ela vai além da avaliação do aluno, propriamente dita. O professor deve avaliar seu trabalho, os caminhos que está seguindo, questionando-se permanente em busca de qualificar seu fazer educativo.
Conforme Hoffman coloca no vídeo apresentado, para o professor a avaliação “ é seu ponto de parada, é o seu modo de escuta, dele e das crianças. O que eu quero? O que estou fazendo? Com quem? De que jeito? Quem precisa mais de mim? Que tempo estou oferecendo? Para que lados posso ir? ”

Desse modo, procuro levar em considerações os diferentes aspectos elencados ao avaliar cada criança, levando em consideração sua individualidade e particularidades. Afinal, a avaliação é um ato sensível e reflexivo.