terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A importância do brincar na infância e na educação infantil

O brincar é uma das atividades mais importantes da infância. Deve ser vivido em sua plenitude com o maior número de repertórios possíveis. É direito de toda a criança brincar. E cabe a nós, professores da infância, garantirmos esse direito.
Lembro-me, que quando tinha cinco anos de idade, todas as manhãs enquanto minha avó cuidava dos afazeres domésticos, montava um cenário no pátio da minha casa. Levava cobertor, o qual estendia no chão, minhas bonecas, mochilas e diversos apetrechos os quais julgava necessários na minha brincadeira.
E, lá permanecia brincando, confabulando no meu mundo imaginário e criando histórias. Que tempo bom! Saudades da minha infância. Brincava de “casinha”, de “ser professora”, de fazer teatro”...
Brincar é coisa séria, pois através dele a criança organiza seu mundo interno, revive situações boas e ruins, elabora problemas, se reestrutura psiquicamente, criando novo finais para histórias já vivenciadas. O brincar é extremamente estruturante. Um adulto saudável, com certeza brincou na sua infância.
Na Educação Infantil, a aprendizagem ocorre através do cotidiano e principalmente através da brincadeira, uma linguagem universal no universo infantil. Através dela apresentamos o mundo em “pequenas doses”, como diria Winnicott. A partir daí a crianças vão construindo seus saberes de maneira prazerosa e significativa.
Aos professores, cabe a ampliação dos repertórios de brincadeiras para além dos brinquedos prontos e industrializados. Trazer elementos da natureza para dentro da sala referência, propiciar brincadeiras ao ar livre com areia, gravetos, grama.  Disponibilizar materiais não estruturados para que as crianças possam criar, valando-se do jogo simbólico é fundamental para uma plenitude do brincar na infância
“Qualquer atividade humana que seja desfrutada em sua realização –na qual a atenção de quem a vive não vai além dela- é uma brincadeira”. (Maturana, Verden-Zoller, 2004, pag. 232)

Referência:

 MATURANA, Humberto R. e VERDEN-ZÖLLER, Gerda. Amar e Brincar: fundamentos esquecidos do humano. Tradução de Humberto Mariotii e Lia Diskin. São Paulo, Palas Atenas, 2004.





segunda-feira, 28 de dezembro de 2015


“Permitir que as crianças tenham acesso a língua escrita através de um ato de carinho e respeito, rodeado de coisas que não compreendem, mas que dão a vontade de compreender. Essa é uma das melhores introduções a cultura escrita”.  Emília Ferreiro
Inicio meu texto com essa fala significativa de Emília Ferreiro. Entre os diversos fatores que interferem no processo de ensino e aprendizagem encontra-se a afetividade. Dentre muitas instâncias que nos compõem- a afetividade é uma das mais importantes. Sem afeto, ao meu ver, fica difícil de ensinar e aprender.
Muito mais do que decifrar letras o processo de alfabetização é um complexo, gradual, contínuo e progressivo, onde respeitar o outro –aprendente- é fundamental para que tenhamos sucesso nessa difícil empreitada.
Acredito em uma pedagogia relacional, marcada pelo ir e vir entre sujeito e objeto. Sendo assim, ambos os lados se esforçam e se completam numa perspectiva dialógica e rica. O carinho, o respeito, a escuta e olhar apurado são fatores primordiais que todo o professor deve desenvolver ao longo de sua caminhada.
Compreender a cultura do aluno, seus conhecimentos prévios, suas inquietações, acolher seus questionamentos é o que enriquece o cotidiano em sala de aula. Um grupo de pessoas com especificidades singulares, atravessados por discussões e trocas valiosas, onde diferentes saberes se encontram, se complementam e se reconstroem continuamente.
Trabalhando com educação infantil, em especial com crianças muito pequenas, pude fazer uma série de construções ao longo do semestre que forma de grande valia para afinar meu olhar enquanto educadora da infância.
A aprendizagem da leitura e escrita inicia-se meses após o nascimento. Todavia, se desenvolve plenamente se houver uma atividade mediada. Dessa forma a presença de uma pessoa alfabetizada é fundamental, no sentido de dividir seus conhecimentos com alfabetizando. Penso em aprofundar meu olhar nesse sentido, procurando textos, reportagens científicas sobre esse assunto, já que trabalho com crianças muito pequenas.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Entre os muros da escola: um encontro com a felicidade

Costumo dizer que a infância é a etapa mais bela e poética da vida. Tempo de sonhar, acreditar no impossível, fantasiar e viver essa fantasia, brincar, ser feliz! Tenho o privilégio de trabalhar com a educação infantil e a partir daí que escreverei meu relato.
As crianças por si só, já trazem consigo a felicidade e são justamente elas que compõe o cenário educacional, junto dos professores e demais funcionários da escola. Não estou tirando com isso o direito a tristeza da infância, o que absolutamente comum, pois faz parte do processo da vida.
Nessa riqueza de um encontro imprevisível, com múltiplos atores, com diferentes especificidades, experiências e culturas é que está a alegria da escola. Aprendemos, compartilhamos, trocamos, experienciamos, tentamos, fracassamos, construímos, reconstruímos práticas e saberes baseados numa pedagogia relacional.
As interações entre os pares da mesma idade, das crianças maiores com as menores, nos professores com alunos e demais funcionários, criam um ambiente riquíssimo para que aprendizagem aconteça em todos os momentos da vida cotidiana. No cotidiano nada é banal e as práticas cotidianas fazem parte do currículo na educação infantil.
Percebo a felicidade está nas delicadas tessituras da infância, como por exemplo – o pequeno menino que encontra um tesouro no pátio em meio as pedrinhas do chão. Ou quando, a menina que até então usava fraldas consegue fazer suas necessidades no penico e sente-se muito feliz e gratificada com sua nova conquista. Miudezas, “pequenices”- aos olhos de gente grande- mas que são carregados de significados, de descobertas, de felicidade.
É nesse cenário que trabalho e que me encanto dia após dia. Na alegria do encontro com inusitado, com a vivacidade das crianças, com as teorias construídas por nossos “pequenos”, com afetividade e generosidade que as crianças concebem o outro e o mundo a sua volta.