terça-feira, 14 de julho de 2015

Work Shop de Avaliação












Que nunca deixemos de acreditar no nosso potencial criador e construtor! Workshop de Avaliação, apresentação para a banca! Uma noite de reflexão e aprendizagem, onde compilamos saberes de diferente interdisciplinas!

PEAD- UFRGS, um grande desafio com sabor de vitória!
Parabéns para nós meninas!!! Todo o esforço e dedicação valeu a pena!!! Foi uma noite de aprendizagens e emoção. 
Agradeço a nossa querida Vanessa Sozo Costa e professor Rafael Arenhaldt que nos auxiliaram nesse processo.
E, que venha o próximo semestre com novos saberes!



segunda-feira, 6 de julho de 2015

Modelos Pedagógicos e Epistemológicos- Escola Projeto Pedagógico e Currículo

Refletir sobre os modelos pedagógicos e epistemológicos é muito interessante e exercício fundamental para a formação de professores. O texto: “Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos” do professor Fernando Becker, apresenta a Pedagogia Diretiva, Pedagogia Não Diretiva e Pedagogia Relacional.
A partir da leitura, compreendi que toda a prática pedagógica tem um viés que a sustenta, uma perspectiva que a faz acontecer e que por trás delas há uma concepção de educação, de homem, de sociedade, de um fazer educativo.
Na Pedagogia Diretiva (Empirismo), existe a crença do “mito da transmissão do conhecimento”. Nessa visão, o sujeito é uma “tábula rasa”, uma folha em branco, não havendo nada no nosso intelecto que não tenha entrado lá, senão através dos sentido. O sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou meio físico e social.  S ← O (modelo epistemológico)
O ensino e aprendizagem pólis dicotômico, onde o professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará A ← P  (modelo pedagógico).
Já a Pedagogia Não Diretiva (Apriorismo), o professor é um facilitador ( Carl Rogers). O aluno aprende por si mesmo, “laissez-faire”- deixar fazer.  Apriorismo, vem de a priori; aquilo que é posto antes como condição do que vem depois. Priorizam a bagagem hereditária. Nesse sentido, o homem já nasce com conhecimento que está programado na sua herança genética. S → O (modelo epistemológico).
O pólo de ensino é desautorizado e o de aprendizagem tornado absoluto. A → P (modelo pedagógico). É importante observar que este modelo reforça a lógica da exclusão, uma vez que trabalha na perspectiva do défict herdado. Mais uma vez caímos nos pré-conceitos dos marginalizados, invisíveis, que mais uma vez serão colocados nesse papel.
A Pedagogia Relacional ( Construtivismo), professor e aluno determinam-se mutuamente. S ↔ O (modelo epistemológico). Piaget é o mentor de uma pedagogia relacional. Sendo assim, não se pode exagerar na importância da bagagem hereditária nem na importância do meio social.
O sujeito é  quem constrói seu conhecimento através das suas ações. Ele assimila novos saberes atraves de suas construções e esquemas prévios e os reconstrói, fazendo uma saber que é somente seu, uma producção sua. Desta forma assimila e acomoda.  A ↔ P (modelo pedagógico)
Trabalho com Educação Infantil e procuro em minha prática seguir um Pedagogia Relacional, pois acredito que essa perspectiva é a mais coerente e que pode efetivamente trazer mudanças significativas para o mundo. Penso que devemos formar cidadão críticos, reflexivos, questionadores, inovadores  e não meros repetidores de verdades prontas e acabadas.
Em minha sala de aula, procuro trabalhar através de um método globalizado, onde as disciplinas e os conteúdos não são apresentados de maneira estritamente disciplinar. Interessa o que as crianças já sabem, seus conhecimentos prévios, seus interesses, suas indagações. E, é nesse sentido  que trabalho, buscando trazer  respostas  a problemas ou questões que surgem ao longo do cotidiano da Educação Infantil. Penso que assim, tanto professor quanto aluno aprendem e ensinam mutuamente, construindo de fato um espaço dialógico, acolhedor das diferenças e novas possibilidades de ser e estar no mundo.


Desafios do processo de ensino e aprendizagem- Corporeidade: Epistemologia e Vivências do Aprender

Diariamente os professores deparam-se com o desafio do ensino e aprendizagem. Como motivar seus alunos, despertando o encantamento pelo aprender? Encantamento esse que às vezes não fora despertado nem sequer pela vida.
Sem dúvida, um desafio enorme, mas não impossível. Conforme o texto “Emoção e Ternura: a arte de ensinar”, escrito pela Profª. Drª Maria Luiza Cardinale Baptista (trabalhado na interdisciplina de Corporeidade), é um grande desafio agenciar o ensino-aprendizagem de modo terno e emocionante. Nesse sentido, a formação continuada dos professores fundamental, pois conforme coloca Freire “não há docência sem discência”.
O professor assim, ao longo de sua trajetória torna-se um eterno pesquisador em busca do conhecimento universal que é infinito, imprevisível, mágico. É justamente nesse encantamento, que é o processo de aprender, que nos mobilizamos na busca pelo novo, na construção de novos conhecimentos, assimilações, acomodações e novas desacomodações.
É preciso envolver nossos alunos “aprendentes/ensinantes” nesse processo, ativando afetos, ternura, desejo de aprender, aprender para vida. É preciso que cada educador crie uma proposta de interação afetiva, que atravesse seus alunos, pois conforme é colocado no texto “a arte de vida e conhecimento só é possível se o sujeito for mobilizado através da emoção”.

Chega de perpetuarmos ao longo de anos o “pacto da mediocridade”, conforme coloca a autora, onde professores fingem que ensinam e alunos fingem que aprendem. Que a sala de aula seja o templo, onde sujeitos sejam concebidos em sua integralidade, ou seja, indivíduos atravessados pelo desejo, pela lógica, por um organismo e corpo subjetivado e construído. 

A teia de aprendizagem- Seminário Integrador



A dinâmica da teia realizada no encontro presencial da interdisciplina de Seminário Integrador foi muito interessante e significativa, pois propiciou um momento de integração do grupo que pode se conhecer melhor.
Ao mesmo tempo me fez refletir sobre o fazer pedagógico na escola, que é permeado relações que se conectam e formam uma rede de pluralidade de saberes, experiências e fazeres significativos. Penso que aí mora a beleza contexto escolar!
Pensei nas diferentes interdisciplinas apresentadas ao longo do semestre e como elas se encaixam e se complementam compondo um saber estruturado, comunicativo e dialógico. Que venham novos aprendizados para compor nossa teia do conhecimento!


quarta-feira, 1 de julho de 2015

O pensamento abissal- Reflexão sobre a Interdisciplina: Escola Cultura e Sociedade

Entre idas e vindas de Novo Hamburgo, cidade na qual resido, e Porto Alegre, minha cidade natal, eis que parei numa padaria e confeitaria tradicional da capital, situada na Av. Borges de Medeiros. Naquele turbilhão de pessoas, falas desencontradas, olhares perdidos, outros felizes, entre tantas mãos que carregavam seus celulares conectados as redes sociais, fiz meu pedido a atendente e sentei-me aguardando meu lanche.
Em meio a tudo isso comecei a refletir sobre a sociedade pós moderna. Nesse meio tempo, adentra no estabelecimento uma criança indígena, de aproximadamente se 6 anos de idade. Era uma manhã muito fria e o menino trajava um moletom fininho, um calça de malha e nos pés calçava um chinelo, sem meias.
A criança, certamente faminta, parava ao lado das pessoas e não pedia nada, apenas olhava. Falava através do olhar. Um olhar carregado e sofrimento, de fome, de esperança que seu olhar encontrasse ou cruzasse com um olhar de um outro alguém que estivesse ali. Parei a observar a cena.
Um grupo de aposentados bem vestidos, comiam seus lanches prazeirosamente, enquanto conversavam e riam. Trabalhadores apressados enquanto tomavam seu café mexiam nos seus celulares, famílias conversavam e se alimentavam. 
O "indiozinho" parou por ali e olhava para as pessoas como se clamasse por um pedaço de pão. Todos em algum momento o olharam, mas de certa forma não o viram. A atendente, então se aproximou da criança e disse que fosse ao responsável pela loja pedir um pão. O menino assim o fez. Não obtendo uma resposta positiva voltou e parou do meu lado. 
Ofereci um lanche e um refrigerante a criança. Esse aceitou e saiu contente da confeitaria. 
Retornando para estação de trem, me deparo com o "indiozinho" sentado no chão comendo o salgado, que havia repartido em três pedaços, um para ele, outra para mãe e outro para a irmãzinha.  Me comovi com a cena. Com meus olhos já umedecidos, continuei a caminhar, pois fazia tempo que não via uma cena tão linda, ainda mais nos tempos atuais, onde o que vale é a lógica do individualismo, do egoísmo e da falta de empatia.
Frente a toda essa cena refleti sobre a interdisciplina: Escola, Cultura e Sociedade. Em especial a leitura do texto: Ações Coletivas e Conhecimentos: Outras Pedagogias, de Miguel G Arroyo. Neste texto trabalhamos justamente com essa questão dos subalternizados, oprimidos por diferentes formas de dominação econômica, política e cultural. A questão dos marginalizados, bem como a questão do pensamento abissal, trazido por Boa Ventura de Souza Santos.
Pensamento esse, muito mais radical que o pensamento da marginalidade, da exclusão, de modo que o outro se torna inexistente. Conforme é colocado no texto, produzir seres humanos como "não Outros" é muito mais radical do que produzí-los como "Outros ilegítimos".