Os
Projetos de Aprendizagem na educação infantil, mais especificamente com bebês e
crianças bem pequenas, faixa etária a qual trabalho tem uma série de
especificidades bastantes particulares. Nesse sentido, o olhar e escuta do professor nos diferentes momentos do cotidiano
são fundamentais para que de fato as curiosidades, duvidas e certezas das
crianças sejam priorizadas e valorizadas.
São
nos momentos de brincadeira, rodas de conversa ou nas atividades mais
corriqueiras como os momentos da alimentação, higiene, dentre tantos outros que
se manifestam os interesses dos “pequenos”. O docente, todavia, necessita estar
de “antenas” ligadas para entrar em sintonia com os interesses, assuntos e
curiosidades das crianças, pois será justamente nesses momentos de espontaneidade
que surgirão os mais ricos projetos de aprendizagem. Conforme Vasconcelos in Barbosa e Horn (2008, p. 9):
Tratando-se
em uma metodologia centrada em problemas, o trabalho de projeto coloca-se na
“zona de desenvolvimento proximal” (Vygotsky) da criança, convidando-a a
trabalhar acima e adiante das suas possibilidades, tornando-se um eficaz
andaime para seu desenvolvimento. Toma como ponto de partida uma criança que
ativa, cheia de capacidades, criadora de sentido da sua existência, capaz de
postura de cidadania[...] Cria, com as crianças, aquilo a que Vygotsky chama
“comunidades de investigação” e, em uma perspectiva bem à maneira de Paulo
Freire, torna o aluno sujeito de seu próprio desenvolvimento, capaz de dizer
“Eu” e de ser agente ativo na transformação da sociedade, aprendendo com e
através dos outros, em uma perspectiva interdependente e solidária.
A
partir desses esclarecimentos e das questões de investigação levantada pelas
crianças apresentarei um inventário de conhecimentos que será divido em dúvidas
temporárias e certezas provisórias. Ressalto que o nome do nosso projeto é: “
Sai da toca amigo!”
Um
projeto que surgiu a partir da minha observação, olhar e escuta apurados em
relação as minhas crianças da faixa etária dois, nos momentos de brincadeira no
pátio da escola, onde os pequenos traziam continuamente o interesse pelas
miudezas do espaço natural: sementes, folhas, pedras diferentes, minhocas,
gravetos...
O
objetivo desse projeto, além de sanar as curiosidades e dúvidas e curiosidades
das crianças em relação as “miudezas do pátio da escola” é de provocar um
“desemparedamento” dos pequeninos, para além das paredes da sala de referência.
Percebo que é urgente provocarmos um encontro das crianças com o meio ambiente,
com a natureza, e modo que elas se encantem com aquilo que há de mais belo- as
belezas naturais.
As
crianças necessitam criar seus repertórios e brincadeiras, com as riquezas da
natureza- pedras, terra, folhas, cascas, sementes- para além dos brinquedos
plásticos, prontos e industrializados. Portanto, esse projeto tem como eixo
norteador as interações e brincadeiras, tal como propõe as Diretrizes
Curriculares da Educação Infantil de 2009.
Dúvidas temporárias
|
Certezas provisórias
|
-
Será que todas as “pedrinhas” do pátio são iguais, ou tem diferenças (de cor,
tamanho, etc)?
-
As folhas que encontramos pelo chão do “nosso pátio” são todas iguais
(tamanho, cor, são secas ou não)?
-A
minhoca não sente frio lá embaixo da terra?
-
Como podemos brincar com esses gravetos? O que podemos inventar?
-
Como se chama a casinha das formigas?
-
Por que “o sapo se esconde de nós e aparece só de vez em quando”?
-
Além de brincar de comidinha com a terra e areia do pátio, o que mais podemos
criar com ela? Para que ela serve?
-Por
que não podemos comer as sementes do pátio? Será que tem sementes que podemos
comer?
- As
flores do “nosso pátio” são todas iguais? O que tem de diferente? São
perfumadas?
|
No
pátio da escola tem:
-Pedrinhas
-Folhas
das árvores “grandonas e pequenas”
-Minhoca
que se esconde embaixo da terra
-Pauzinho,
referindo-se aos gravetos
-Formigas
que “moram em suas casinhas”
-Tem
o sapo que mora lá no poço do pátio
-Sementes,
que “não podemos comer, só de continha”- referindo-se ao faz de conta
-Areia
para “ a gente brincar”
-Terra
marrom
-Plantinhas
-Flores
|
Referências:
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da
Graça Souza. Projetos Pedagógicos na
educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil /
Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010 -Resolução nº 5, de
17 de dezembro de 2009.
Cara Vanessa, muito interessante tua escrita, fiquei com bastante curiosidade para ver como será tudo isso...
ResponderExcluirFraterno abraço, Raona Pohren
Tutora EAD PEAD- Seminário Integrador
Olá Raona!
ResponderExcluirO andamento do projeto está sendo super positivo! As crianças estão super envolvidas e já estou planejando a construção de um espaço com elementos naturais na escola!
Muitas coisa boa está por vir!
Abraço